quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Que língua falamos???

Observando as palavras inglesas - só as inglesas - mais usadas no nosso dia-a-dia, consegui montar meio às pressas o seguinte texto:


Sou designer free-lancer de uma empresa de marketing, mas já trabalhei como office-boy e com silk-screen, e hoje moro num flat com minha esposa, meu baby, uma baby-sitter e crio um pit-bull longe do playground e da pista de skate.

Mantenho a forma e contratei um personal-trainner. Ele me recomendou praticar mountain-bike e wind-surf. Também contratei uma personal-diet que me recomendou um coffee-break com biscoitos diets ou low-carb, e nada de milk-shakes, nuggets, waffers, hot-dogs ou long-necks, pois quero seu um ultra-men forte como o superman. Mas nunca dispenso um fast-food num self-service ao lado do Otelo’s bar, onde sou um cliente vip.

Depois da happy-hour, vou no meu PC, ponho um CD no drive; mas um vírus infectou seus sofwares e o hardware; por isso contratei um expert com know-how com aparelhos high-tech. Quando ficar pronto, vou ficar on-line na internet e acesssar os chats com o nick de “blood” pra pensarem que sou um bad-boy. Acesso o orkut e vejo se tem scraps no meu profile ou nos fakes que uso pra criar posts.

Após a hora do rush, pego meu carro que tem air-bag que aluguei de um rent-a-car após um test-drive, e vou no shopping-center comprar um celular com vibracall e ver o preço de um home-teather com até 50% off. À noite, assisto a Globo News e de dia a Band News, mas também assisto os realty-shows, os talks-show e nunca perco um round do boxe.
Também viajo e quando faço um tour em São Paulo, visito a São Paulo Fashion Week pra ver as top-models ou curtir um show de rock, mas no Rio eu vou nas night-clubs para curtir um rap, um axé-music ou um programa mais light nos melhores points.



1) Notem que boa parte dessas palavras são perfeitamente substituíveis por palavras em português!!!

2)Alguns acham que isso é uma "evolução" do idioma, que sem isso, o português desaparece. Só pode ser piada. Se essa infiltração de palavras estrangeiras continuar, aí sim o português desaparece!!!

3)Quando mostrei isso pela primeira vez, teve gente que achou que eu exagerei, que não é bem assim. Bem, acho que essas pessoas não saem de casa, não lêem anúncios, nem jornal, nem noticiários, nem qualquer coisa semelhante!!!


Pois é, por hoje é só pessoal!!!


The End

sábado, 27 de setembro de 2008

Capitalismo

Como definir a Complexidade sem recorrer a um dicionário??? Talvez como um conjunto numeroso e intrincado de elementos simples. Uma usina, um organismo, um robô ou mesmo um automóvel são bons exemplos de mecanismos complexos. Mas mesmos eles estão sujeitos a problemas em seus funcionamentos; por isso necessitam de constantes cuidados, embora isso apenas reduzirá as chances de tais problemas acontecerem. O corpo humano é um ótimo exemplo. Mesmo com toda a sua complexidade e perfeição, ele está sujeito aos mais diversos males, mesmo que tomamos todos os cuidados necessários!!!

E o capitalismo??? Ao contrário do que 90% dos nossos adolescentes, filósofos e professores acreditam, ele não é uma invenção de uma mente maquiavélica, disposta a manter a semi-escravidão de uma maioria desafortunada para que uma minoria privilegiadíssima usufrua de todos os confortos que o dinheiro pode comprar. O capitalismo é um sistema complexo, desenvolvido ao longo dos milênios e formado por elementos simples: oferta e demanda!!!

Não, a oferta e demanda também não foram inventadas por Adam Smith (a única referência histórica-econômica dos “90%” e constante alvo da ira desses) mas é algo inerente ao homem e a quase todas as espécies de seres vivos. Funciona assim: doze macacos vivem num território produtivo de bananas, mas escassa em água. No outro território, há muita água mas poucas bananas. E agora??? O que fazer??? Provavelmente os territórios trocariam bananas por água, mesmo que eles não tenham lido Adam Smith e seus seguidores!!!

Se há inúmeros territórios de macacos espalhados, inúmeros macacos em cada território e inúmeros produtos de que necessitam ou desejam – além de bananas e água – será que não surgiria um conjunto numeroso e intrincado de relações de oferta e demanda por tais produtos??? Teríamos um sistema complexo formado por ofertas e demandas. Algo que podemos chamar de capitalismo!!!

Como todos os sistemas complexos, ele também apresenta avarias. E o mais engraçado é que os “90%” só conseguem enxergar as avarias. Dizem – pasmem - que tais avarias é o resultado final desse mecanismo complexo. Dizem que a miséria, a concentração de renda e o monopólio é o resultado final do capitalismo. É o mesmo que culpar os rins e seu funcionamento pelas pedras que se acumularam nele; ou acreditar que a finalidade de um automóvel é tão somente estragar o motor, deixando seu usuário na mão. É por isso que eu digo – sem remorso - que os nossos “90%” sofrem de uma visão míope das coisas. Que adolescentes sofram disso ainda vá; afinal de contas, o romantismo e o simplismo rodeiam-nos nessa etapa da vida, mas adultos...!!!

Ah, mas não pensem que foi sempre assim. Os humanos, por exemplo, caçavam e coletavam frutos, não havia desigualdades. Sim, mas não sabiam fazer outra coisa na vida a não ser caçar e coletar, coletar e caçar. E para não haver qualquer coisa que lembrasse comércio, deveria haver uma única espécie de fruto e um único tipo de animal para caçar; e o sujeito ainda deveria ser caçador e coletor. Num mundo assim, Karl Marx não teria tempo para escrever uma página sequer de O Capital!!!


Pois bem, se ao menos as espécies em geral e o homem em particular fossem auto-suficientes...se ao menos houvesse plena e perene abundância de tudo o que precisamos ou desejamos, o maldito capitalismo não existiria. Maldita complexidade!!!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O senador viu no IBGE

Leiam essa matéria do Globo (link no final)


Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado aprovou na quarta-feira (27) parecer favorável a projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS) que promove a inclusão de afro-brasileiros no mercado de trabalho.
O texto reserva para esse segmento da população 46% das vagas em empresas com mais de 200 empregados e 20% dos cargos em comissão do grupo de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) da Administração Pública. As informações são da Agência Senado.
A proposta ainda será examinada agora pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em decisão terminativa, ou seja, não deve passar pelo Plenário do Senado antes de seguir para a Câmara.

O preenchimento dos cargos em comissão deverá ter a meta de 20% aumentada gradativamente, até que sejam ocupados por afro-brasileiros na mesma proporção que essas pessoas ocupam na população brasileira.

Emenda apresentada pelo relator, senador Papaléo Paes (PSDB-AP), determina o prazo de cinco anos após a promulgação da lei para que as empresas com mais de 200 empregados tenham 46% de afro-brasileiros em seus quadros.

O senador explicou que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% da população brasileira é composta por negros.



Eu não sei se o Sr. Paim chegou a analisar realmente os dados do IBGE. Se ele ou algum acessor realmente fez isso, então eles encontraram os seguintes resultados:

Branca – 53,74%
Preta – 6,21%
Amarela – 0,45%
Parda – 38,45%
Indígena – 0,43%
Sem declaração – 0,71%


O que o sr. Paim fez??? Simplesmente considerou os pardos como negros. Assim, temos 46% de negros. “Ah, mas pardos na verdade são negros”. Em parte sim. Um mulato seria branco, negro ou nenhum??? O mulato é a mistura de branco com negro, portanto, se ele não é branco, também não pode ser considerado negro. E outra, nos censos do IBGE, a própria pessoa deve declarar sua cor, embora ela terá que escolher entre as opções acima. Ora, se um negro se declarou pardo, porque considerá-lo negro na hora de receber cotas ou coisa parecida???

Ah, os dados que apresentei estão errados??? Estou mentindo??? Os dados do Paim estão certos??? Então confira você mesmo no site do IBGE (www.ibge.gov.br - agora, pegue lápis e papel para anotar os passos), depois, no lado esquerdo da tela, clique em SIDRA, novamente no lado esquerdo da tela, clique em Demográfico e Contagem. De novo no lado esquerdo da tela, clique em Amostra – Características Gerais da População. Agora você irá encontrar uma série de links, que são tabelas com dados sobre o último Censo demográfico. No subtítulo Cor ou Raça, clique na tabela 2093!!!

Ali você encontrará as opções de busca. No primeiro retângulo, clique em População Residente (percentual), no segundo retângulo, selecione todas as raças, se quiser incluir o Total, serve; dê um clique fora desse retângulo. Agora, no final da página, clique no botão OK. O que vocês estão vendo??? O percentual de cada raça, como expus acima. Agora, releia o porque eu não incluiria pardo como sendo negro!!!

Outro problema, é que as empresas normalmente empregam trabalhadores da cidade onde está instalada, então o que acontecerá em cidades onde a população negra e parda somam uns 10% ??? Nesse caso devem-se empregar todos eles??? Mas e se eles não forem capacitados ou dedicados ao trabalho??? A situação, infelizmente, não é tão simples quanto Paim e equipe fazem parecer!!!

Não, não sou cego, nem insensível, eu sei que os negros sofrem preconceitos, por isso cliquei na outra manchete que se encontra na página desse jornal, onde diz: “Negros ganham, em média, 50% menos do que demais trabalhadores”, onde está escrito o seguinte:

A inserção da população negra na economia brasileira não foi suficiente para equilibrar as diferenças trazidas com o regime escravocrata. Os negros continuam tendo uma diferença desvantajosa em termos de condições de trabalho e de rendimentos. Segundo a Agência Brasil, a avaliação é do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.

Segundo Lúcio, em média, os negros têm um rendimento de 50% a 70% inferior ao dos demais trabalhadores, na mesma ocupação.

“Nós temos uma estrutura social que propicia ao negro uma inserção diferenciada, desvantajosa, em relação aos outros membros da sociedade. Ou seja, os fatores cor e raça conferem uma desigualdade a essas pessoas, que precisa sim de políticas que propiciem equidade nessa inserção”, disse o diretor do Dieese, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.

Para Lúcio, é fundamental a ação do estado por meio da educação a fim de garantir oportunidades aos negros e de diminuir a inserção social diferenciada da população negra.

Ele mencionou que o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social fez uma pesquisa nas 500 maiores empresas do Brasil e identificou que somente 3,5% dos cargos de chefia são ocupados por negros.

“As pessoas negras acabam não tendo a oportunidade de ter acesso a uma educação que lhes permitam galgar essa oportunidade e mesmo quando surge vaga, essas pessoas não estão habilitadas a disputar. Portanto, a educação, nesse sentido é um fator determinante combinado com outras medidas”, completou
.


Agora pergunto POR QUE O NEGRO TEM MENOS ACESSO A EDUCAÇÃO QUE O BRANCO??? Essa pergunta não é inédita, pois já fiz uma parecida no post das cotas, mas desta vez farei um pedido: se algum (a) negro (a) tiver lendo isso, por favor, me responda, mas imagino eu que são duas as causas. 1) Salários inferiores, como dito na manchete e; 2) A negação de uma oportunidade de trabalho. Sabemos que é muito mais fácil um negro levar uma portada na cara dos recursos humanos que um branco. Seja como for, nos dois casos há racismo. E leis não faltam para isso, a começar com a Constituição de 88, no artigo 5, inciso XLII, que constitui o racismo como crime inafiançável. Também temos a lei Afonso Arinos (lei 1390/51) que abrange toda e qualquer forma de preconceito, e uma mais específica para o racismo, a lei nº 7.716, de 5/1/89!!!

Portanto, só a Justiça corrige injustiças. Nada de mais injustiças, pois como sabemos, a corda sempre arrebenta no ponto mais fraco!!!


http://g1.globo.com/Noticias/Concursos_Empregos/0,,MUL740281-9654,00-COMISSAO+DO+SENADO+APROVA+COTAS+PARA+NEGROS+EM+EMPRESAS.html

sábado, 23 de agosto de 2008

Participe do meu BBB

O brasileiro lê pouco, mas em compensação, assiste muito televisão. Até aí, nenhuma novidade. Mas o que pouco se nota é que o brasileiro questiona pouco; ele se depara com algo estranho e não pergunta o que é, de onde vem ou o que significa!!!

Podemos verificar isso de perto. Espere a próxima temporada do Big Brother Brasil e você não apenas verá, mas como medirá esse fenômeno. Num país onde o ensino do inglês é falho nas escolas, é de se esperar que o povo brasileiro que dá tanta audiência a esse programa, cujo nome não está escrito em português e nem se assemelha aos seus respectivos significados em português, pergunte, nem que seja para si mesmo, o que significa Big Brother Brasil. Pelo menos, é isso que eu espero de um povo que questione!!!

Embora a palavra “Brasil” no nome já esteja traduzida, não é de se estranhar sua presença no nome??? Por que “Brasil”??? É possível que essa resposta já esteja pronta na boca do povo: “Porque o programa é exibido em outros países, portanto, o ‘Brasil’ é para diferenciar a versão brasileira do Big Brother das demais”. Beleza. Sugiro que faça essa pergunta ao maior número possível de pessoas que assistem ao BBB. Claro, anote o número de pessoas que você entrevistou, e o número de pessoas que acertou a resposta!!!

Agora, pergunte: “O que significa Big Brother”. Dessa vez, anote apenas quantas pessoas acertaram, já que o número total de entrevistados você já anotou. Antes que eu me esqueça: “Big Brother significa Grande Irmão”!!!

E para aqueles que acertaram essa resposta, pergunte sobre o motivo desse nome, o porquê de “grande irmão” e anote quantas pessoas acertaram a resposta. “Grande Irmão” é o personagem central do livro 1984, de George Orwell. Esse livro é um clássico, onde o autor faz uma alusão ao regime stalinista, tal como em A Revolução dos Bichos; outro clássico. O Grande Irmão era o tirano que vigiava os cidadãos do seu país com câmeras em todos os lugares, e em cada lugar havia um aviso: “O Grande Irmão te vê”. Não sei de muitos detalhes sobre o livro porque ainda não tive o prazer de lê-lo. Mas quanto mais fico sabendo dos detalhes, mais tenho vontade de ler. Digite “1984” no Google para ter mais informações!!!

Depois de entrevistar esse pessoal, calcule o percentual de cada resposta. Pegue o número de acertos, multiplique por 100 e divida pelo número total de entrevistados. No caso da última pergunta, faça a mesma coisa, mas divida pelo número de pessoas que acertaram a segunda pergunta (o que significa “big brother”)!!!


1) Qual o percentual de pessoas que acertaram a pergunta “Por que no nome do programa está escrito ‘Brasil’???”. Para responder a essa pergunta, grave ou anote essa equação:

A x 100 / T

Onde:

A = número de pessoas que acertaram a pergunta
T = total de entrevistados

Usando a mesma equação, poderemos responder a próxima pergunta!!!


2) “Qual o percentual de pessoas que sabiam o que significa “Big Brother” em português???” Use a mesma equação, mas usando no A apenas as pessoas que acertaram essa pergunta!!!


3) "Qual o percentual de pessoas que sabem o porquê da expressão “Big Brother”??? Como é muito provável que só aqueles que sabem a tradução em português de “Big Brother” saberiam responder a essa pergunta, então para descobrir esse percentual, devemos substituir o T da equação pelo número de pessoas que acertaram a tradução de “Big Brother”, enquanto o A continuará sendo o total de pessoas que acertaram essa última pergunta!!!


E então??? Está disposto (a) a encarar essa pequena pesquisa. Claro, não é algo digno da grandiosidade de Richard Lynn (risos), mas já serve!!!


Qualquer dúvida ou sugestão antes, durante ou depois é só “comentar” logo abaixo. Boa sorte, pesquisador!!!

domingo, 10 de agosto de 2008

Politicamente (e Cientificamente) Incorreto!!!

Richard Lynn é um cientista polêmico, mais politicamente incorreto que eu. Ele acredita que as evidências científicas devem ser divulgadas doa a quem doer, desde, é claro, que não doa na própria carne!!!

Em seus estudos sobre a inteligência, ele comprovou, ainda não sei como, que os orientais são os mais inteligentes, os negros são os mais burros, as mulheres são mais burras que os homens (embora elas os superam quando seus Q.I.s se igualam), e agora ele afirma que ateus são mais inteligentes que religiosos. Longe de mim criticar seus estudos, pois não os vi, e como leigo, dificilmente poderia contestar!!!

Numa recente entrevista à revista Época [o link está no final da postagem], ele afirma que os ateus são mais inteligentes que os religiosos, e é claro, os pobres são menos inteligentes, povos atrasados são menos inteligentes, nós aqui somos menos inteligentes que o seu povo. Eu, como brasileiro com Q.I. abaixo do padrão, segundo ele, vou aprender a questionar, e vou começar pela sua entrevista. Em negrito estão as suas colocações, e a opinião vinda de alguém com Q.I. baixo estará escrita em letra normal:

ÉPOCA – Por que o senhor diz que pessoas inteligentes não acreditam em Deus?

Richard Lynn – Os mais inteligentes são mais propensos a questionar dogmas religiosos. Em geral, o nível de educação também é maior entre as pessoas de Q.I. maior (um Q.I. médio varia de 91 a 110). Se a pessoa é mais educada, ela tem acesso a teorias alternativas de criação do mundo. Por isso, entendo que um Q.I. alto levará à falta de religiosidade. O estudo que será publicado reuniu dados de diversas pesquisas científicas. E posso afirmar que é o mais completo sobre o assunto.



Nesse caso, os norte-americanos possuem um Q.I. baixíssimo, certo??? A resposta vem a seguir!!!


ÉPOCA – Segundo seu estudo, há países em que a média de Q.I. é alta, assim como o número de pessoas religiosas.

Lynn – Sim, mas são exceções. A média da população dos Estados Unidos, por exemplo, tem Q.I. 98, alto para o padrão mundial, e ao mesmo tempo cerca de 90% das pessoas acreditam em Deus.


Ah...quer dizer, os ultra-religiosos americanos possuem um Q.I. elevado, mas são exceções. Entenderam???


A explicação é que houve um grande fluxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade nas pesquisas.


Como é que é??? Vocês leram isso??? Num país onde o ateísmo é considerado um sacrilégio, a culpa toda é de uma minoria de católicos??? Será que ele não sabe que a maioria da população americana é protestante??? Os dados da CIA [o link também está no final] não me deixam mentir (embora essa mesma fonte confunde as religiões afro-brasileiras com vodu, e afirma que aqui se fala, além do português (oficial), espanhol, alemão, italiano, japonês e inglês. Mas presumo que as informações de seu próprio país sejam mais fidedignas)!!!

Mas, se tirarmos as imigrações ao longo dos últimos anos, a população americana teria um índice bem maior de ateus, parecido com o de países como Inglaterra (41,5%) e Alemanha (42%).

Será que ele se dignou a pesquisar um pouco da história da colonização americana??? Será que ele não soube que o aumento do ateísmo na Europa e no mundo é algo recente??? Se for assim, então o Q.I. “dos seus” só superou dos demais nos últimos anos. Sem falar que na Europa existem as igrejas luteranas estatais, sabiam disso??? Mas vou me ater a sua afirmação.

O fato, segundo os dados da CIA, é que a população americana é bem dividida, religiosamente. Vejam: 51,3% de protestantes, 23,9% de católicos. Se todos os católicos se tornarem ateus, então 28% da população será atéia (abaixo da Inglaterra e Alemanha). Se todos os protestantes se tornarem ateus, então 55% da população será atéia. Será que foi nessa relativa homogeneidade que Lynn baseou essa afirmação???

No Brasil, segundo os mesmos dados da CIA (que na verdade, foram retirados do IBGE), 73,6% são católicos e 15,4% são protestantes (os nossos “evangélicos”). Se os evangélicos se tornarem ateus, então teremos apenas 23% de ateus, mas, se todos os católicos se tornarem ateus, então mais de 80% serão ateus (bem acima de qualquer projeção que Lynn pode fazer para os EUA). Mas deixei o melhor por último: no Brasil, 7,4% eram de ateus, enquanto nos EUA, o percentual é de 4%. E vamos considerar que os dados do Brasil são do último censo demográfico realizado em 2000; enquanto dos EUA é de 2007. Será que a nossa população atéia não aumentou nesse período, assim como pode ter acontecido nos EUA???



ÉPOCA – Cuba é um país mais ateu que os Estados Unidos, mas o nível de Q.I. não é tão alto.

Lynn – Você tem razão. É outra exceção. Pela porcentagem de ateus (40%), o Q.I. (85) dos cubanos deveria ser mais alto que o dos americanos. Mas há também aí um fenômeno não natural que interferiu no resultado. Lá, o comunismo forçou a população a se converter. Houve uma propaganda forte contra a crença religiosa. Não se chegou ao ateísmo pela inteligência. A população cubana não se tornou atéia porque passou a questionar a religião. Foi uma imposição do sistema de governo.

“Não se chegou ao ateísmo pela inteligência”. Se o diretor do Projeto Genoma e autor do livro A Linguagem de Deus, Francis Collins, ler isso...Mas algo parecido com o fenômeno Cuba não acontece nos EUA??? Lá a própria sociedade cobra a religiosidade do indivíduo. Leiam Deus, Um Delírio, de Richard Dawkins, ou então observem as campanhas de Barack Obama e John McCain, talvez os candidatos menos religiosos dessas eleições nos EUA, sempre irão encontrá-los rezando numa igreja. Lá, a religião da população de origem anglicana é tão evidente que só Lynn não conseguiu ver!!!

ÉPOCA – E o Brasil, como está?

Lynn – O Brasil segue a lógica, um porcentual baixíssimo de ateus (1%) e Q.I. mediano (87). É um país muito miscigenado e sofreu forte influência do catolicismo de Portugal e dos negros da África.

A influência dos brancos deve-se à igreja católica, e a influência dos negros deve-se simplesmente porque são negros, inferiores; mas isso ele não esconde, ele só esconde a "culpa" dos brancos, culpando no lugar deles a igreja católica!!!

Notem também que quando ele fala em religião, ele fala em “igreja católica”, ele se esquece - completa e convenientemente - do protestantismo, dominante na Europa e nos EUA!!!

Fica difícil mensurar a participação de cada raça no Q.I. atual. O que posso dizer é que a história do país se reflete em sua inteligência.

Então ele quer dizer que os árabes já foram inteligentes, e agora são ignorantes, pois de acordo com a história, eles estavam na vanguarda intelectual há 1.000 anos atrás, na mesma época que os europeus não passavam de camponeses ignorantes – e com Q.I. baixo!!!

Quis dizer também que os germânicos eram pouco mais que trogloditas, pois não sabiam fazer muita coisa além de saquear, roubar e destruir, mas agora estão na vanguarda intelectual. Quis dizer também que os finlandeses – o povo com o melhor sistema de ensino do mundo – tinham um Q.I. de ameba até o século XIX, pois nem escrita o idioma finlandês tinha. Se for assim, então certamente ele está confundindo capacidade de raciocínio com investimentos de um país em educação, em ciência e em tecnologia ao longo dos anos e dos séculos!!!


Pois é...alguém quer fazer alguma pergunta ao sr. Lynn???


Reportagem da Época: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI9990-15295,00-OS+ATEUS+SAO+MAIS+INTELIGENTES.html

Dados da CIA: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ensaios para o comunismo - Parte II

Na postagem anterior, vimos que a distribuição de terras rurais para a coletividade não é nenhuma brastemp. Pois agora vou falar sobre produção, distribuição de riquezas e suas implicações. Numa sociedade comunista, todos produzirão e terão a mesma riqueza!!!

Sobre a geração de riquezas, há pelo menos três correntes no comunismo. A primeira, sugere que cada um exerça suas atividades: o pintor, pinta; a costureira costura; e assim por diante. A segunda, propõe que a riqueza seja dividida com quem não tem. A terceira, sugere uma empresa coletivizada, onde tanto o administrador quanto o empregado recebam salários iguais e que todos possam participar das decisões referentes à empresa!!!
Seguindo a primeira sugestão, já encontraremos alguns obstáculos. O que acontecerá se a costureira necessitar de mão-de-obra??? As saídas prováveis são: novas costureiras surgirão no "mercado" (essa palavra será proibida numa sociedade igualitária, mas na falta de outra melhor...), amenizando a carga de trabalho dessa costureira; ou ela empregará novas costureiras. Se a primeira alternativa acontecer, surgiria uma concorrência entre elas (ih, lá vem bomba....). Na melhor das hipóteses, a quantidade de costureiras no "mercado" aumenta proporcionalmente ao aumento da demanda por seus serviços, ou seja, se a demanda por costura aumenta três vezes, então surgirá no "mercado" mais duas costureiras, assim, a primeira costureira não ficará no prejuízo, pois continuará trabalhando e lucrando a mesma coisa que antes. Mas sabemos que isso é tão improvável quanto uma moeda ficar de pé sobre a mesa. Elas não lucrarão a mesma coisa, pois um aumento na demanda de 50%, por exemplo, exigiria uma costureira e meia para atender isso. Alguém já viu meio ser humano passeando por aí??? Se você considerar um anão como meio ser humano, então está considerando que sua renda deve ser a metade da renda de uma pessoa de estatura normal. No final das contas, uma costureira acabará com mais dinheiro que a outra (para não falar "uma ficará mais rica que a outra").

Se a segunda hipótese for posta em prática, então a costureira deverá empregar mão-de-obra. Para não fugir dos mandamentos do comunismo, ela terá que dividir seus lucros com os empregados. Nada mais justo...ou não??? Sim, seria, se as novas empregadas investissem nos bens de produção que devem ser adquiridos. Elas deverão investir, com a mesma quantia de dinheiro, em mais espaço, em mais máquinas de costura e nos demais materiais necessários. Se isso acontecer, ótimo, caso contrário, a infeliz "primeira-costureira", além de trabalhar como as demais, irá investir sozinha nos novos bens de produção e ainda dividir todo o seu lucro em igualdade com suas empregadas. Onde estaria a igualdade nisso???

Sobre aquela segunda sugestão, de dividir a riqueza com quem não tem é ainda mais complicado – ou mais simples, dependendo da análise. E se "aquele que não tem" não quer trabalhar, ou não se esforça tanto quanto "aquele que tem"??? Esse último deve dividir a produto de seu trabalho assim mesmo??? Sem falar que profissionais diferentes terão lucros diferentes. A costureira de antes pode lucrar mais que o encanador porque seus serviços são mais solicitados; nesse caso, a costureira deve dar seu excedente para o encanador??? Melhor seria se ela desse dinheiro para o encanador, e o encanador a devolvesse para ela quando estiver numa situação melhor, SE ficar numa situação melhor. À medida que aumenta a quantia de emprestadores e tomadores de dinheiro, precisaremos um sistema bancário, onde o banqueiro cobrará uma taxinha em cima para poder ganhar alguma coisa. "Taxinha bancária" parece coisa do capitalismo, mas...

Quanto à terceira sugestão, de que todos ganharão o mesmo salário e que todos participarão das decisões da empresa, acho que o primeiro ítem já foi respondido na segunda hipótese da primeira sugestão. Então vou ver o segundo item. Se a empresa crescer, não haveria espaço numa sala de reuniões para todos, tanto é que num acordo entre patrões e sindicatos, típico do nosso sisteminha, apenas meia dúzia de sindicalistas vão negociar nas empresas, representando centenas ou milhares de trabalhadores, sem falar que numa reunião com dezenas de pessoas haveria miríades de discordâncias, levaria muito tempo para fecharem um acordo. Para tornar o negócio mais prático é que existem os sindicatos, creio eu!!!

Mas claro, esse inconveniente só acontece em grandes empresas, e não em pequenas, como é o ideal comunista, em que todas as empresas serão pequenas. Mas o próprio talento do trabalhador ou a demanda por seus serviços podem ocasionar o aumento da empresa. A Microsoft, por exemplo, não saiu de uma garagem porque seus idealizadores simplesmente tiveram o mesquinho desejo de serem maiores que os outros. Seus idealizadores foram inovadores, as pessoas adoraram seus produtos e não havia outras empresas que fizessem algo igual. No final das contas, hoje a Microsoft é quase um monopólio. Se tiver cem pequenos fabricantes de bicicletas, todos em iguais condições de produção e de dinheiro, inevitavelmente um fabricará um produto melhor que o outro, ou um fabricará um produto cuja cor é preferível que a outra, ou um estará localizado num ponto de maior densidade demográfica, enfim, todas essas cem fabriquetas sairão do mesmo ponto de partida, mas inúmeras variáveis farão uma se destacar mais que as outras, ocasionando o seu crescimento!!!

Sim, os homens são iguais, porém, suas vocações e talentos são diferentes. Sem falar que as propostas de uma sociedade comunista são muito simplistas se comparadas com a complexidade existente numa sociedade populosa como a nossa. Mas não percamos as esperanças, pois existem soluções para a justiça social. Entrarei em detalhes sobre isso em breve!!!

Ensaios para o comunismo - Parte I

A partir dessa postagem, vou dar início aos preparativos para transformar essas sociedades injustas e perversas em que vivemos em um lugar onde todos viverão em igualdade. E para começar, vou dar cabo nas propriedades privadas rurais, de onde sai nosso alimento. Como seria o nosso mundo se não existissem propriedades rurais privadas???

Sabemos que há grandes latifundiários cujos antepassados arrancaram enormes nacos de terra de índios e de pequenos povoados, ou simplesmente se apossaram de uma área vazia, então, nada mais justo que coletivizar essas terras. Transformar essas áreas em propriedades coletivas até que seria fácil, mas mesmo assim, haveria complicações que poderiam comprometer esse sonho!!!

Antes de mais nada, o governo (socialista) deverá realizar um censo demográfico para saber, além do total de população, as áreas destinadas a agricultura, às florestas e exclusivamente para moradias e assim, distribuí-las adequadamente. E como a história nos mostra, é necessário que as pessoas que ocuparão essas áreas agrícolas entendam de agricultura. Se faltar agricultores, ensinem aqueles que não são e que estejam dispostos a serem. Quanto à distribuição de terras, seria necessário dividir as terras adequadas para a agricultura pelo total de habitantes que saibam lidar com a terra. Tudo resolvido??? Ainda não!!!

Se a população aumentar, será necessário mais espaço, e espaço não nascem junto com as pessoas. Ou as pessoas se acotovelarão uma nas outras com o passar do tempo, ou serão obrigadas a invadir áreas florestais ou as terras dos outros. Talvez a solução fosse um controle da natalidade. Dois filhos para cada casal. Agora entramos numa seara imprevisível, implanejável. Se nascessem um homem para cada mulher, estaria resolvido, mas haveria aquela disputa "eu quero me casar com ela", "não, eu vou me casar com ela". Com as mulheres seria a mesma coisa. Mas na base da coerção e da resignação, tudo se resolveria, mas isso apenas se nascesse um homem para cada mulher (ou vice-versa), algo mui improvável. Nesses casos, a solução seria a mono, bi, tri ou poligamia, de tal modo que cada adulto tivesse uma criança e que tanto o homem quanto a mulher teriam atividades potencialmente iguais, ou seja, tanto um quanto o outro podem plantar, podem cozinhar, lavar a louça, cuidar dos filhos, etc...acho que resolvemos. Ou não!!!

E a quem pertencerá as melhores terras??? Sim, a quem pertencerá as melhores terras??? Mais uma perguntinha para atormentar nosso idealismo: a água da vertente ou do rio será suficiente para irrigar um certo lote de terras ou apenas um pedaço desse lote será contemplado com o precioso líquido??? Se fizer isso – o que, ao meu ver, seria a única solução – quem receberá o prêmio??? Essa questão é motivo de desavenças e até de mortes no nosso sisteminha, mas não vejo uma solução melhor nos outros sistemas. Sim, terras não são todas iguais, não tem a mesma produtividade e nem os mesmos recursos hídricos. E recursos hídricos são tudo. Dizem que em Cuba, as terras agrícolas são "de todos", só gostaria de saber como isso está sendo administrado, pois como vimos, não é muito fácil!!!

Nem vou falar da evidente vantagem da mecanização do campo, tão próprio do nosso sisteminha, que apesar de expulsar a mão-de-obra no campo, é a responsável pelo aumento na produção de alimentos, tão necessária nas vésperas do nascimento do 7.000.000.000º ser humano!!!

Após isso, só posso concluir que o principal problema talvez seja a falta de controle da natalidade, e é claro, a diferença entre as terras que implica numa questão a ser respondida: se todos os homens são iguais e as terras são diferentes, quem merece as melhores terras???

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Isabela, mídia, justiça, e você!!!

Eu não quis, tentei ficar longe desse assunto, mas não deu. Vou dar meu veredito; não sobre o crime, mas sobre a cobertura do caso, que por si só, já rende tanto ou mais assuntos quanto o caso em si!!!

A superexposição do assassinato da menina Isabela Nardoni está provocando diversas reações na opinião pública. Uns querem que se faça justiça, outros querem que isso acabe logo de uma vez, outros acreditam que querem abafar a incompetência do governo carioca com o caso da dengue, e outros...outros...acreditam que a mídia só fala nisso porque a vítima é de classe média alta. Talvez seja esse o motivo, mas o efeito mais óbvio disso é bem diferente daquilo que imaginam!!!

Bem, os defensores dessa última opinião acreditam que a mídia valoriza mais a vida de um membro da classe média alta que a vida de um pobre – ou classe média baixa. Talvez seja verdade, mesmo porque crimes hediondos são muito menos comum em redutos “burgueses” que nas periferias ou nas favelas, mas há um “porém”: os assassinos são seus próprios pais (ou melhor, pai e madrasta) que também são de classe média; na verdade, a vítima era filha de assassinos de classe média alta. O que isso significa??? Significa que a mídia está mostrando – intencionalmente ou não - como os membros da classe média alta podem ser tão monstruosos quanto o traficante que mata inocentes ou seus desafetos. O que você acharia se os pais assassinos fossem pobres e a mídia estivesse superexpondo o caso??? Já antecipo sua resposta: achará que a mídia quer mostrar a todos como os pobres são monstruosos. Notou a diferença??? No caso de pais assassinos pobres, uma boa parcela do público focalizaria seu ponto-de-vista para esses pais porque, segundo eles, esses pais estariam sendo vítimas da inquisição eletrônica controlada pela burguesia; mas no caso da Isabela, a atenção desse mesmo público está voltada para a vítima porque ela é de classe média, e a mídia, segundo eles, se preocupa muito com os “seus”!!!

E tem mais: o caso só chama a atenção porque os pais da vítima são os principais suspeitos da morte de Isabela, e isso merece toda uma investigação que a mídia acompanhará porque muitos de nós gostamos de ver trabalhos de detetive. Tá ai o sucesso que o seriado americano CSI está fazendo para provar. Se houvesse flagrante delito, por exemplo, certamente não haveria todo esse “romantismo” em torno do caso. Bastava apenas mostrar ao Brasil o que fizeram, prendê-los, e pronto. Simples. E o mais estranho é que tem muitos fãs do CSI que criticam toda essa cobertura do caso!!!

Apesar de ser exaustiva, essa superexposição é a parte menos elitista da história. Acho que a parte elitista está sendo cumprida pela Justiça. Ela está utilizando métodos investigativos que não deixarão dúvidas sobre a culpa ou a inocência do casal. Afinal de contas, eles não podem perder todo um status social por um crime que não cometeram. Talvez se esses pais fossem pobres, bastava o juiz, o promotor, o delegado e o júri suspeitar deles para jogá-los em cana, sem direito a habeas-corpus, apelação ou condicional. Ou seria essa superexposição o motivo de toda essa dedicação da Justiça???

Enfim, antes de afirmar que a mídia está dando muita atenção ao caso Isabela porque ela era rica, lembre-se que os assassinos foram seus pais ricos. Se você não gosta de ricos, então agradeça a mídia pela malhação que os assassinos – ricos – estão sofrendo. Quando pais pobres matam seus rebentos a pauladas ou suas crianças caem “acidentalmente” da laje do telhado cercada por telas de proteção, torça para que a mídia não exponha demasiadamente o caso, ou acharão que a inquisição eletrônica quer punir o pobre casal sem um julgamento justo. Dois pesos, duas medidas, mas não só da mídia, mas principalmente de boa parte do público. Talvez de você!!!

domingo, 11 de maio de 2008

O regime gnomo-socialista

Acho que todos nós já concluímos que pior que a falta de informação é a informação errada; e por causa delas tomamos atitudes condenáveis ou cômicas. Por causa das informações erradas, nós discriminamos ou até matamos (estou usando a terceira pessoa do plural por me referir à espécie humana), ou, na melhor das hipóteses, dizemos coisas engraçadas ou absurdas; em outras palavras, pagamos um mico!!!

Os países nórdicos estão localizados ao norte da Europa e são formados por cinco países: Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia. Para quem conhece um pouco desses países, a citação desses remete à excepcional qualidade de vida, à lembrança dos temidos vikings e de seres fantásticos como gnomos, elfos e fadas. É possível que esses pequenos seres existam, embora a ciência não confirma isso e quase ninguém vê ou viu. Mas tão ou até mais fantásticos que esses seres, só mesmo o regime socialista desses países. Há quem acredite que esses países – tendo a Suécia como destaque – são tão socialistas quanto Cuba, que seriam uma espécie de Cuba sem embargo comercial. Será mais fácil encontrar gnomos e fadas nessa região que um regime socialista!!!

Certamente alguns socialistas esotéricos estão confundindo social-democracia com regime socialista; e estado de bem-estar social com economia estatal ou planificada. Segundo o professor José William Vesentini (Geografia: Série Brasil, 1ª ed. 2003, pág. 374), a Suécia é uma social-democracia, ou seja, “...o Estado mantém a propriedade privada e a livre iniciativa do empresariado, mas aplica uma política econômica que lhe permite cobrar elevados impostos sobre a renda dos cidadãos e empresas...”. Em outras palavras, a Suécia não é exatamente um país neoliberal, mas está longe de ser um país ao modo do bloco soviético!!!

Procurem em um livro de geografia da sétima ou oitava série qualquer um mapa destacando os países capitalistas e socialistas, encontrem os países citados acima e vejam a qual regime sócio-econômico eles pertencem. Na falta desse tipo de livro, procurem um(a) aluno(a) dessas séries e perguntem a eles se esses países são socialistas ou capitalistas. Partindo do pressuposto de que nos países socialistas todas as grandes empresas pertencem ao Estado, descubram se o controle acionário das multinacionais Electrolux, Volvo, Scânia , Ericsson e SKF - todas da Suécia – pertence ao Estado ou à iniciativa privada. Depois façam o mesmo com a Danisco, a Lego e a Danfoss – da Dinamarca; e façam a mesmíssima coisa com a Norsk Hydro, Kvaerner e Elken Asa – da Noruega. E para finalizar, procurem essas mesmas informações sobre a finlandesa Nokia (alguém achou que a Nokia fosse norte-americana ou japonesa???) – um verdadeiro ícone do capitalismo moderno. Basta usar o Google!!!

Como não podia ser diferente, existem estatais nesses países, como a Sveriges Television e a Telia, da Suécia; Statoil, da Noruega; Neste Oil e Finnair, da Finlândia; Dong Energy e Combus, da Dinamarca. Existem até igrejas estatais nesses países. Mas nenhuma dessas empresas possuem a dimensão e a projeção nacional e internacional das empresas citadas acima!!!

Quanto à parte política, tanto a Suécia quanto Cuba têm algumas semelhanças que logo se divergem. Na Suécia, existe um chefe de Estado que é o rei (uma figuraça decorativa), os ministros – liderados pelo primeiro-ministro –, que realmente governam o país, e o parlamento, eleito a cada quatro anos, e que escolherão o primeiro-ministro, chefe de governo. Não é muito diferente de Cuba, onde o eleitorado escolhe quem irá compor a Assembléia Nacional que, por sua vez, escolherá o Conselho de Estado, que por sua vez, é liderado por um único homem há cinqüenta anos, Fidel Castro. Outra importantíssima diferença é que na Suécia, e nos demais países nórdicos, há mais de um partido político. No caso da Suécia, existem sete partidos; em Cuba, apenas um: o Comunista. Isso significa que em Cuba não há oposição. Gostem ou não, no governo castrista não há espaço para questionamentos ou contestações!!!

Não fosse o embargo comercial, talvez Cuba tornar-se-ia uma grande potência caribenha, mas não devemos ignorar que o capital iria estar concentrado nas mãos do Estado. Nesse caso, o Estado, além dos seus poderes naturais, também teria o temível poder econômico. Se é ruim um bando de capitalistas terem em suas mãos o poder econômico, imaginem uma única entidade possuir os meios de produção, ou seja, o poder econômico, e ainda o poder político direto. Isso acontece em Cuba, mas não nos países nórdicos!!!

Então é isso: os países nórdicos estão submetidos ao regime gnomo-socialista. Por mais que você procure, não irá encontrá-lo, mas tem gente que jura que ele existe nessa região do mundo; além de encantar o imaginário desses socialistas esotéricos!!!

Para quem quer fontes, sugiro essas abaixo, de fácil compreensão; mas recomendo que procurem outras além dessas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Suécia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuba

terça-feira, 6 de maio de 2008

Um segundo da sua vida!!!

Tempos atrás eu e meu amigo planejamos em viajar numa cidade próxima. Ficou marcado que eu estaria às 07h30min horas na sua casa, de onde partiríamos para tal cidade. Desconfiando que eu não fosse lá, ou ansioso em sair logo, ele foi até minha casa antes do horário marcado. Enquanto isso, eu me dirigia a sua casa, conforme o combinado. Desencontramos-nos e isso acabou atrasando a nossa viagem em dez minutos!!!

Uma hora e meia depois, nos aproximávamos da entrada da cidade. Não vimos nenhuma sinalização que indicava a nossa aproximação da entrada dessa cidade, por isso, não nos preocupamos em desacelerar o carro. De repente, vi a entrada e avisei meu amigo. Ele desacelerou meio que bruscamente, e em seguida, um caminhão que vinha logo atrás bate em nosso carro, nos empurrando a quase cem metros de distância. Felizmente, meu parceiro sofreu apenas uma leve lesão na perna; eu, nada sofri!!!

Até hoje quando me lembro disso eu me pergunto: e se tivéssemos saído no horário combinado??? Provavelmente não passaríamos por isso, ou talvez sofreríamos um acidente ainda pior, ou então alguma casualidade posterior nos atrasaria, fazendo desse acidente algo inevitável, algo que iria acontecer de qualquer jeito!!!

Esse mesmo amigo quase teve sua vida ceifada, também no trânsito, mas desta vez como pedestre. Enquanto atravessava a rua, um carro descia “voando” a rua, bem próximo à calçada onde ele se encontrava. O carro raspou na mão dele que estava levemente estendida pra frente. Foi ai que refletimos sobre o ocorrido, e ele ainda acrescentou que a atendente do armazém havia demorado em lhe entregar o troco. Se ela não demorasse tanto...!!!

Pois bem, todo e qualquer intervalo de tempo, até mesmo aqueles tão curtos quanto um segundo, ou suas frações, têm importância vital; não importando o quão relativo é o tempo. Às vezes, um segundo é o único intervalo de tempo disponível para tomarmos certas decisões. Numa era onde as informações viajam a velocidade da luz, onde um veículo percorre de 20 a 30 metros em um segundo, de 1200 metros a 1800 metros em um minuto, cada intervalo de tempo pode valer uma vida. Mas isso não é o mais curioso: o curioso, é que nem sempre o bom aproveitamento de um intervalo mínimo de tempo é vantajoso, pois como aconteceu com meu amigo na segunda ocasião, o atraso de um segundo lhe salvou a vida. Bem antes disso, anos atrás, resolvi esperar um ônibus numa parada onde imaginei que fosse encontrar uma moça com quem queria namorar. Ela não apareceu, mas fiquei meia hora esperando. Desesperançado, peguei um ônibus qualquer, desci no centro e ainda tive um contratempo na rua que não me lembro qual foi. Depois de tudo isso, me encontro com ela na rua (depois disso deveria rolar uma conversa, coisa e tal, mas infelizmente não foi assim)!!!

Um segundo é o tempo necessário para que um colega saia com seu carro sem que você o alcance a tempo para pegar uma carona ou o tempo necessário para que você alcance ou não o ônibus; um segundo é o tempo necessário para que se atrase e escape do carro assassino de um motorista bêbado numa auto-estrada; um segundo é o tempo necessário para que você cruze o caminho daquele ou daquela que um dia será sua esposa ou esposo. Um único segundo a mais ou a menos pode decidir o seu futuro, selar o seu destino. A única grande incerteza é saber se devemos adiantar ou atrasar um segundo para realizar ou evitar tais eventos!!!

Você deve ter perdido uns cinco ou seis minutos lendo esse texto e isso pode ter definido o seu futuro daqui por diante. Eu posso ter te impedido de agarrar uma oportunidade que cruzaria com você num piscar de olhos, ou posso ter te segurado para evitar que uma fatalidade acontecesse contigo. Cada segundo da sua vida tá contando!!!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Sobre classes e cestas básicas!!!

Como você definiria uma família que tivesse uma renda mensal de R$ 10.000,00??? E uma cuja renda mensal é de R$ 3.000,00??? Vou tentar adivinhar sua resposta: classe média alta e classe média normal, respectivamente, certo??? Bem, eu questiono isso. E se a primeira família for composta por dez pessoas e a segunda família por apenas um casal??? A primeira família terá uma renda per capita mensal de R$ 1.000,00 e a segunda família terá R$ 1.500,00 para cada um. É engraçado, mas muitas pessoas e até algumas instituições das áreas econômicas e sociais não levam em conta esse detalhe!!!

Agora que vocês também já se deram conta disso, notem melhor a discrepância: o sujeito que tem R$ 1.500,00 por mês a sua disposição será considerado um membro da classe média normal; e um sujeito que tem a sua disposição R$ 1.000,00 mensais poderá ser considerado um membro da classe média alta (ou “dazelite”, como preferir). Isso é quase tão estranho quanto o fato do aluno rico estudar numa universidade gratuita enquanto o aluno pobre se arrebenta para pagar uma universidade de qualidade inferior!!!

Tudo bem, agora está tudo resolvido: basta dividir a renda mensal da família pelo total de membros desta; com o resultado, podemos ao menos ter uma idéia sobre qual classe social o sujeito realmente pertence, certo??? Ainda não. Veja o preço da cesta básica nas capitais, de março de 2008, segundo o DIEESE. Como essas cestas básicas regionais sofrem algumas alterações nas quantidades de produtos, então optei em padronizar de acordo com a cesta básica de São Paulo com exceção da batata, que deixarei de fora porque não possui na cesta básica de Recife, a outra capital que usarei como exemplo. Se a nossa família de R$ 10.000,00 vive em São Paulo, então ela poderá transformar sua renda em 46,67 cestas básicas. A coisa será diferente se a família se mudar para Recife [para localizar a cesta básica de Recife, use o mesmo link de São Paulo. O link de Recife estranhamente está mostrando os preços de janeiro de 2007]. Lá, a cesta básica de São Paulo, lembrando que joguei a batata fora, custará 17, 27% a menos. Nesse caso, a grande família ficará 20,87% mais rica. E então??? Como se não bastasse ter que dividir toda a renda familiar com cada membro da família, ainda temos que considerar o custo de vida de cada lugar. Isso que nem o DIEESE e nem outras fontes conhecidas dispõem de dados sobre as cestas básicas de uma cidade qualquer do interior, senão podíamos saber de quanto seria o aumento do poder aquisitivo da família “dezmiliana” nessas cidades!!!

Nossa, agora você viu como não é tão simples definir quem é pobre e quem é rico nesse e em qualquer país do mundo. Dez mil reais por mês??? E daí??? Com quantas pessoas terá que dividir esse dinheiro, ou melhor, quantas cestas básicas comprará aqui ou acolá e com quantas pessoas terá que dividí-la??? Quem terá um poder aquisitivo maior: o casal de R$ 3.000,00 vivendo em São Paulo ou a grande família de R$ 10.000,00 vivendo em Recife??? Darei só cinco dias para resolver o enigma!!!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Não quebre a corrente!!!

Eu, você e todos que têm e-mail costumamos receber as ditas “correntes”. Antes era na base da folha de papel, agora é via internet. “Passe esse texto para 20 pessoas, e no dia seguinte verá que seu maior sonho se realizará”. É mais ou menos isso que eles escrevem para convencê-lo (a) a seguir adiante com essa corrente. Partindo do pressuposto que uma dessas correntes que recebeste pode ter sido criada há anos atrás, posso concluir que esse mesmo texto não é o original. “Fulano de tal era um homem próspero. Quebrou a corrente e faliu. Uma semana depois, ele pegou de volta e repassou para vinte pessoas; e recuperou milagrosamente sua fortuna” - são chantagens desse tipo que acompanham essas correntes (“chantagem” é uma palavra tããão feia, mas na falta de uma mais apropriada...). Certamente isso não estava escrito no texto original, pois antes deste ser criado, não havia nenhum milionário que leu o texto, já que não havia texto, tampouco havia um pobretão que leu o texto e ficou rico!!!

Por que estou falando sobre isso??? Primeiro, porque acho que ninguém mais agüenta ouvir falar no caso Isabella Nardoni; e segundo, por que estou cansado de abrir minha caixa de e-mails, abrir um que acho interessante, ler as primeiras linhas (aliás, essa é uma inovação: agora eles te ludibriam nas primeiras linhas ou quadros para depois morderem nas jugulares) e depois descobrir que tenho que repassar a tal corrente. Se serve de consolo, as chantagens também diminuíram. Agora é tudo mais sutil e inescapável!!!

Falando em “sutil e inescapável”, agora sou eu que enrolei você até chegar onde eu queria. Se essas “correntes” funcionassem, então em menos de oito lances, o mundo seria um lugar onde todas as pessoas seriam prósperas, felizes no amor, saudáveis, enfim, o mundo seria um paraíso. Defino como “lance” ou “degraus” cada etapa de transmissão dessas correntes. O primeiro lance é de quem cria o texto, que manda para vinte pessoas; o segundo lance será feito por essas vinte pessoas, que mandam para mais vinte; essas quatrocentas pessoas farão o terceiro lance e assim sucessivamente. Em apenas sete lances, se todos receberam o texto uma única vez, nada menos que 1.347.368.420 (um bilhão, trezentos e quarenta e sete milhões, trezentos e sessenta e oito mil, quatrocentos e vinte) terráqueos terão recebido o texto, desde o primeiro lance. Nesse sétimo lance, 1.280.000.000 pessoas receberam a corrente, se esse pessoal resolver seguir a corrente, então nada menos que 25.600.000.000 (vinte e cinco bilhões e seiscentas milhões) de pessoas receberão a corrente, ou seja, cada habitante da Terra receberá em média três ou quatro textos iguais!!!

Viram como é fácil mudar o mundo via correntes??? Em oito lances, o mundo transbordará felicidades. Supondo que cada lance demore meia semana, em apenas um mês ou em cinco semanas atingiremos a meta. Então, meus felizardos destinatários e remetentes - mãos à obra!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Entre a crença e a necessidade!!!

Deus existe ou não? Precisamos dele ou não? São duas questões básicas quando o assunto é Deus. É visto que a maioria dos teístas se encontram entre os mais pobres e com pouco instrução, enquanto os ateus se encontram entre as camadas mais ricas e instruídas da sociedade. Isso é considerado, entre os ateus, a prova de que a crença em Deus é para pessoas ignorantes e/ou que rejeitam a ciência. Claro, isso é uma visão priorística. Vários cientistas como Richard Dawking já divulgaram para o mundo porque não acreditam na existência de Deus (ou como ele mesmo disse, Sua existência é muito improvável). Outros, como o diretor do projeto Genoma, dos EUA, Francis Collins, acredita não apenas em Deus mas nos cânones do Cristianismo como a concepção de Jesus por uma menina virgem.

A primeira questão é polêmica. Ainda não li o livro A Linguagem de Deus, de Francis Collins, por isso não entrarei nessa questão, mesmo porque eu seria o 1.000.000º cidadão a comentar sobre isso. Prefiro entrar na segunda questão: PRECISAMOS DE DEUS OU NÃO? Creio que os ateus não precisam de Deus, pois para eles, todo e qualquer problema podem ser resolvidos sem o Seu envolvimento e que tudo depende apenas do bom senso dos próprios seres humanos; ou então o próprio ateísmo de alguns é o resultado de uma necessidade não atendida. Entre os teistas, Deus é necessário pois os homens pouco ou nada podem ou querem fazer pelo próximo, restando a Deus preencher tais lacunas.

Já fui um teista religioso; hoje sou algo próximo a um ateu, embora não um ateu definitivo. Se me perguntam se eu acredito ou não em Deus, respondo que não sei. E se me perguntam se precisamos de Deus ou não, respondo que precisamos sim daquele Deus bondoso e atencioso tão pregado pelas religiões nos dias de hoje, não daquele Deus terrível do Antigo Testamento, que exigia adoração acima de tudo. Mas porque precisamos Dele? É comum nos depararmos com a morte de pessoas queridas, parentes ou não, conhecidas ou não, seja por causas naturais, acidentais ou criminosas. Quando se vê ou se sente um sofrimento, será que não precisaríamos de Deus? Sim, uma equipe médica de primeira linha seria algo mais garantido, a menos que o médico-chefe dessa equipe nos diz para rezarmos ou, pior, para nos “prepararmos”.

Ontem, enquanto folhava o jornal, me deparei com a sessão de obituários. A primeira pessoa a ser apresentada foi uma mãe de família de 45 anos (portanto, muito jovem), morta por complicações de um tumor cerebral. A ironia maldosa é que ela era médica. Será que sua família não estava precisando de Deus nessa hora, mesmo que não exista? Seria a vida tranqüila e o futuro garantido de alguns o motivo de algumas pessoas em acreditar que não precisamos de Deus? Seria a felicidade desses o motivo para descartar a necessidade de Deus, caso ele exista? Se esses forem os motivos, então que falem por eles, e não pela humanidade.

E aqueles que estão angustiados ou sofrendo com as agruras da vida? Não estariam precisando de Deus? Eles estão precisando apenas de uma mão amiga de amigos? Também, mas o que eles podem oferecer além de um mínimo de conforto? O que restaria a nós quando nem mesmo os mais bondosos e habilidosos dos homens podem ajudar? Feliz daquele que acredita não precisar de Deus, pois é sinal que sua vida no momento está muito bem, obrigado, mas repito: falem isso por eles!!!

E a vida após a morte? Existe ou não? Mesmo que haja relatos de aparições de pessoas falecidas, acho prematuro afirmar que isso de fato exista. Mas passando reto por essa dúvida, acabamos nos deparando, também, com a necessidade ou não disso existir. Muitos dos que não acreditam na vida após a morte também questionam a necessidade dela existir. Isso é outro sinal de que sua vida é maravilhosa, nasceu vencedor ou se tornou um com o tempo. Será que a pessoa que já nasceu numa situação ruim, e que não teve sorte ou talento para sair dessa condição não necessitaria de uma segunda chance? E aqueles que morreram impunes por crimes que teriam cometido, deve ficar por isso mesmo? Já vi muitos falarem que “devemos aproveitar bem a nossa vida, ao invés de esperar por outra vida que não existirá”. E agora pergunto: E AQUELES QUE NÃO TEM UMA VIDA TÃO PERFEITA ASSIM PARA SER APROVEITADA, O QUE DIREMOS A ELES?

É provável que realmente não exista vida após a morte; ou senão pode existir aquilo que chamamos de reencarnação e carma, já que a ressurreição e a vida eterna no céu ou no inferno são realmente descabíveis.

Bem, vimos que há uma diferença entre acreditar e necessitar. E então, você acredita? E se não acredita, acha que necessita ou necessitará? E os outros (sempre eles!!!) necessitam ou necessitarão?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ali foi 1.000 vezes pior!!!

Quando se fala que a ditadura militar brasileira não foi tão terrível quanto se propaga, a inteligentsya vermelha já sai acusando o pobre comentarista de estar querendo minimizar a nossa ditadura, que “só quem passou por isso sabe como foi terrível”, de “seu fascista, filhote da ditadura” e coisas do gênero. No meu caso, tenho o agravante de ter falado coisas não muito agradáveis sobre Che, e ainda que nem cheguei a comentar os possíveis crimes cometidos por ele; só fiquei no trecho da sua biografia que tanto agrada os nossos vermelhinhos.

Por isso quero deixar bem claro que toda e qualquer ditadura é cruel e indesejável – inclusive a nossa - com exceção para muitos, da ditadura castrista (ditadura de esquerda póóóóóóde). Pois é, a nossa esquerda critica tanto a ditadura militar brasileira, mas saúdam o castrismo por causa, dizem, das boas condições de saúde e educação que o povo daquele país desfruta. Bem, não quero falar de hipocrisias, mas tentar esclarecer que houve ditaduras ainda piores que a nossa, e nem vou citar os casos óbvios de Hitler, Stálin, Pol Pot e Idi Amin, que foram casos distantes de nós geograficamente e se encontram em outro patamar de maldade. Vou falar de outra ditadura militar latino-americana e – regozijem-se esquerdistas – foi provocada por militares de extrema-direita caçadores de comunistas.

Quando se trata de mortes e desaparecimentos, as fontes divergem um pouco. Até agora foram contabilizados 400 mortos e desaparecidos na ditadura brasileira. É muito. Mas na Argentina, foram 30.000 desaparecidos, só não sei se nessa contagem estão incluídos os 4.000 ou 8.000 mortos de fato. Temos aí um genocídio.

Muito se fala dos 30.000 desaparecidos de Pinochet, mas pouco ou nada se comenta dos mesmos 30.000 desaparecidos da Argentina. Por que será??? Como os comentários da nossa-mídia e da nossa-esquerda a respeito das ditaduras chilena e argentina é quase que proporcional, posso supor que a nossa-esquerda tem como um dos passatempos prediletos criticar o que nossa-mídia comenta.

Bem, tô enrolando demais, então vou direto ao assunto. Vou começar a problemática novamente com uma pergunta: QUANTAS VÍTIMAS DA DITADURA VOCÊ CONHECE??? Uma? Duas? Dez? Vinte? Todas elas? Não importa. Pegue a sua resposta e multiplica por 1000. E agora??? Sim, a ditadura militar da Argentina foi 1.000 vezes pior que a nossa. Esse número não se trata de uma comparação figurativa; é uma comparação matemática, real. Como cheguei a esse número??? Se fosse considerar apenas os números absolutos, a realidade seria assustadura, afinal, foram 30.000 contra 400. Dividindo esses dois números, teremos como resultado 75. Nem comecei e já sabemos que houve 75 vezes mais mortos que aqui. Foi 75 vezes mais terrível que aqui. Considere que a ditadura argentina durou 7 anos contra 21 da nossa. Dividindo esses números, teremos 3. O que isso significa? Significa que, se a ditadura argentina durasse os nossos 21 anos, teríamos três vezes mais mortos e desaparecidos. 90.000 pra falar a verdade. Agora já podemos multiplicar os 75 por 3. Consideremos também que a população argentina é aproximadamente 4,5 vezes menor que a nossa. Se a Argentina tivesse uma população igual a do Brasil e sua ditadura durasse tanto quanto a nossa, teríamos 1000 vezes mais vítimas que aqui. Para chegar a essa conclusão, multiplique os 75 por 3 por 4,44 (assim pude arredondar para mil).

Bem, deixo bem claro novamente que a nossa ditadura foi terrível, mas a dos nossos vizinhos foi muito pior. Mil vezes pior para ser exato. E a história continua andando...!!!

sábado, 15 de março de 2008

Cotas??? Claro que não!!!

Jogo na cara: sou contra cotas a quem quer que seja. Sim, discordo que negros, pobres ou quaisquer outros grupos étnicos ou sociais sejam beneficiados por cotas. COTAS, não BOLSA para alunos merecedores; deixo isso claro. Mas antes que soltem as costumazes verborragias de “invejoso” (nunca vão engolir o que falei a respeito do Che), “fascista”, “racista”, “reacionário”, “recalcado“, "direitista”, “bushista” e de outros adjetivos dignos de uma esquerda ansiosa pelo poder, me respondam à seguinte pergunta: POR QUE NEGROS E POBRES NÃO FREQÜENTAM UMA FACULDADE E PRINCIPALMENTE NÃO FREQÜENTAM AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS, DE QUALIDADE SUPERIOR E GRATUITAS???

No caso dos negros, há várias respostas possíveis. Algumas delas seriam:

1) O negro é o cidadão mais rejeitado no mercado de trabalho, por isso, a taxa de desemprego – e consequëntemente a pobreza - entre os negros é maior;
2) A remuneração salarial de um negro é menor que a de um branco que desempenha as mesmíssimas funções que este;
3) O (a) reitor (a) da universidade proíbe o ingresso de negros em seus estabelecimentos de ensino;
4) Os negros e pobres têm capacidade intelectual inferior a dos brancos;

Essas duas últimas possibilidades são menos prováveis; as outras duas costumam ser usadas como argumento na defesa das cotas, baseados em estudos sérios a respeito ou não. Se for o caso, por que as entidades que defendem a igualdade racial não se mobilizam contra esses atos discriminatórios? O que os sindicatos estão fazendo a respeito? Se essas duas possibilidades são verdadeiras (na minha opinião, acredito que sim), então a população negra – e a pobre também – será obrigada a estudar em escolas de qualidade inferior (leia-se: públicas) ou serão, na maioria, obrigados a largar os estudos para ajudar no sustento da família, resultando na vergonhosa realidade da exclusão social que atinge principalmente os negros. Então, senhoras e senhores, vamos resolver as causas, e não as conseqüências, a menos que queiram que os filhos e netos do Pelé, do Netinho, da dona Matilde e da Benedita da Silva, e do senador Paim peguem carona nesse trenzinho da alegria!!!

Além disso, há uma outra vergonhosa questão a ser resolvida: POR QUE ESTUDANTES RICOS ESTUDAM EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS, GRATUITAS E BOAS E OS ESTUDANTES POBRES, E PRINCIPALMENTE NEGROS, ESTUDAM EM UNIVERSIDADES PARTICULARES, RUINS E CARAS, QUANDO CURSAM UMA FACULDADE???

Claro, mesmo o aluno rico tem o direito de estudar em instituições de ensino gratuitas, mas o que vemos é uma total inversão da lógica. Para entender isso, primeiramente, devemos dividir a vida escolar de um cidadão na sua tradicional classificação:

1) Ensino Regular (onde se inclui os ensinos fundamental e médio);
2) Ensino Superior;

Nessa classificação, o aluno deve seguir as etapas rigorosamente. Se alguém quer freqüentar o ensino superior, deve obrigatoriamente freqüentar o ensino médio; e para freqüentar este, deve obrigatoriamente freqüentar o ensino fundamental. É expressamente proibido pular etapas.

Quanto às instituições de ensino, elas são classificadas em:

1) Gratuitas, ou públicas;
2) Pagas, ou particulares;


Quanto à qualidade do ensino, vamos classificar de:

1) Nota A, de qualidade superior;
2) Nota B, de qualidade inferior;

Analisando a grosso modo essa última classificação, um aluno que teve um ensino de nota A em qualquer etapa, terá um ensino de nota A nas etapas seguintes, salvo problemas financeiros. O mesmo continuismo acontecerá com alunos que tiveram ensino de nota B, mesmo que haja uma melhoria na renda familiar, pois é improvável que um aluno que teve um ensino fraco no ensino regular consiga acompanhar o currículo das melhores faculdades. E as cotas nada podem fazer a respeito.

Pois bem, no Brasil, temos as seguintes combinações:

O ensino regular pode ser:

a) pago e nota A;
b) gratuito e nota B;

E o ensino superior, a coisa inverte:

a) pago e nota B;
b) gratuito e nota A;

Como citei antes, para alcançar o ensino superior, é necessário cursar o ensino regular. Para a população pobre em geral, e negra em particular, a única alternativa que lhes restam é começar pelo ensino regular gratuito e de qualidade inferior (nota B), já que suas condições financeiras praticamente impossibilitam de freqüentar um ensino regular pago e de qualidade superior (nota A).

Mas as verdadeiras distorções começam no ensino superior. Primeiro, porque nessa etapa, o governo oferece um ensino público, gratuito, de nota A, enquanto no ensino regular ofereceu um ensino público, gratuita, de nota B. Ora, para alcançar um ensino superior nota A, é necessário que o ensino regular também seja de qualidade A. Por isso, negros e pobres raramente alcançam o ensino gratuito e de qualidade superior. Por outro lado, devido às condições financeiras, nem mesmo nas universidades de nota B poderão freqüentar porque são caras e ainda por cima os negros ganham menos devido aos dois primeiros fatores citados no começo de texto. E para o grand finalle dessa distorção, os alunos que freqüentaram o ensino regular de ensino A, poderão freqüentar o ensino de qualidade A GRATUITAMENTE.

De quem é a culpa disso? Da burguesia? Das elites? Dos poderosos? Apesar de serem os maiores beneficiários dessa política, os culpados são outros. O primeiro deles são os governos. Os governos municipais são responsáveis pelo ensino regular, os governos estaduais pelos regulares e superiores em alguns casos, e o federal pelo ensino superior. Pronto, cada esfera do governo adota políticas diferentes de ensino, e empregam nas escolas recursos financeiros diferentes, o que resulta nessa distorção. Depois deles, são os próprios administradores de faculdades particulares, mais interessados na acumulação mais obscena possível de seus lucros em curto prazo que na qualidade do ensino e no futuro profissional de seus alunos.

Por tudo isso sou contra as cotas raciais. Isso não passa de uma solução cômoda, simplista e populista para um problema amplo. Pensem nisso!!!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Já pagou seu ICMS hoje?

O ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) é um imposto estadual, mesmo assim o governo federal tira a sua lasquinha graças à circulação de bens e serviços entre os estados. Também possui a maior camada tributária entre os impostos sobre os produtos. Cerca de dois terços de todos os impostos incidente sobre os produtos é composto de ICMS.

Bem, mas quero falar sobre algo mais específico: o que você realmente paga de ICMS? Quando se trata de calcular o imposto sobre um produto, normalmente usamos como base o seu preço. É o certo, é o constitucional, mas infelizmente essa regra não vale para o ICMS.

A Lei Complementar nº 87 / 96, que trata sobre o ICMS, no artigo 13 não deixa dúvidas:
....................................................................................................

§ 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo:

I - O montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle.


Entenderam? Então vou explicar: ao invés do preço do produto constituir a base de cálculo, esta base será o preço final do produto, já acrescentando o ICMS. Entenderam? Então vai outra explicação. Suponha que um quilo de feijão ou arroz seja R$ 2,00. Como o ICMS para a cesta básica na maioria dos estados é de aproximadamente 12%, então o ICMS a ser cobrado por esse produto será de R$ 0,24, certo? Deveria ser, mas não é. Como os 12% referem-se ao preço já acrescido de ICMS, então o cálculo – e o resultado – será outro. No primeiro caso, usamos a equação P x t, onde P é o preço do produto e t a alíquota de ICMS, assim, descobrimos quanto de ICMS DEVERÍAMOS pagar; mas segundo a lei, a equação correta é P x t / (1 – t). Com essa equação, pagar-se-á pelo produto R$ 0,27, ou seja,13,64% do valor do produto e 13,64% a mais do que pagaria se o ICMS incidisse sobre unicamente ao preço do produto.

Se acrescentarmos esses R$ 0,27 ao preço do produto, teremos o preço final de R$ 2,27.
Esses R$ 0,27 são, na verdade, 12% de R$ 2,27. Entenderam? Bacana esse joguinho de números.

Em produtos onde o ICMS chega a 25% (acredito que essa seja a alíquota máxima permitida), você pagará na verdade 33,33%. Um produto que custa R$ 100,00 e no qual incide 25% de ICMS, não será cobrado R$ 25,00, mas R$ 33,33, já que esse valor corresponde a 25% de R$ 133,33 (o valor do produto mais o valor de ICMS que irá pagar). Legal isso (legal no sentido figurado, é claro).

Mas onde estão nossas autoridades para contestar essa incostitucionalidade? Bem, quando pensaram em agir, já era tarde demais. O estrago tava feito. E como em todo bom imposto regressivo, onde a alíquota é inversamente proporcional à renda do cidadão, adivinhem qual é a classe social que acaba pagando a conta?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Eu queria ser Che, mas...

Sim, gostaria de ser como Ernesto Guevara de la Serna: “um amante da liberdade”, um “defensor dos fracos e oprimidos”, um anti-americano visceral, e tudo mais a que ele teve o direito de ser. Mas enquanto divagava essa possibilidade, vi que eu ia tropeçar em muitos pré-requisitos para o cargo (á exceção é que eu também sou o mais velho entre cinco filhos, como ele); então conclui que é muito mais fácil para eu obter um importante cargo ao lado do presidente da Coca-Cola no Brasil do que ser como o meu ídolo “Che”.

O primeiro osbstáculo para ter sido Che é que eu não pertenço à classe média, como ele pertencia. Não tinha uma biblioteca em casa, embora tinha em casa uma enciclopédia sobre vários assuntos. Nenhum deles sobre política, mas de história e ciências. Assim como ele, eu também tive uma formação esquerdista em casa, mas nada de Marx e Lênin, ao menos, não diretamente. Minha formação era petista do início dos anos 80, das primeiras eleições que o PT concorreu.

Até agora, bem que tentei alcançar tais pré-requisitos, mas agora os obstáculos anteriores ganham estacas pontiagudas: eu não tinha asma, nem qualquer outra doença, por isso, não poderia usar o truque da água gelada para provocar um ataque de asma e escapar do serviço militar. Eu concordava em servir ao governo? Não, nem ele com o dele, mas tive a sorte de ter sido dispensado pelo “excesso de contingente”. Um subterfúgio nada espetacular se comparado ao dele.

Alcancei meus 24 anos de idade, idade com que Che desbravou a América do Sul com sua “La Poderosa”, tentei compra uma moto tão potente quanto foi sua “La Poderosa” na época, mas tive que escolher entre uma motocicleta potente e uma faculdade. Apostei minha minguada economia na faculdade. Não sei se foi uma boa escolha, pois, além do tempo gasto (muito maior que seu percurso pela América Latina), das dificuldades financeiras decorrente da minha escolha (acho que superiores aos seus gastos com gasolina, alimentação, etc...), ainda não alcancei um centésimo da sua reputação, apesar de dar aulas particulares de matemática a preços módicos para a população de classe sub-média (as vezes de graça) para aliviar meu aperto financeiro.

Finalmente, nas portas e janelas dos meus trinta e dois anos de idade (dia 31/03. Eu quero presente), consegui comprar um carro – um Clio Sedan, ano 2003. Mas porque não escolhi uma moto, que tem um preço bem mais em conta? O problema é que uma moto compatível com a Norton 500 do Che era quase o mesmo preço de um carro, e sabe como é...só cabem três pessoas, e minha família tem o dobro disso.

Mas posso ir com o meu Clio mesmo para as estradas da América Latina. Sim, mas precisaria deixar meu emprego, ficaria sem dinheiro para a gasolina, alimentação, minha família teria dificuldades financeiras ainda maiores, enfim, teria que fazer sacrifícios maiores que o nosso Che fez.

Por fim, mesmo que me arriscasse, eu precisaria encontrar um conflito armado. Talvez me metesse na guerra entre as Farcs e o governo de Álvaro Uribe. Apesar do meu desejo de ser um “amante-da-liberdade-com-o-vento-esparramando-minhas-melenas”, teria que me unir as Farcs, que não amam muito a liberdade alheia, mas que estão de acordo com minha antiga formação petista e che-guevarista.

E o pior de tudo: jamais ia poder ajudar os leprosos, pois não tenho formação de medicina. Para conseguir isso, meus pais precisariam vender nossa confortável casa nos subúrbios para pagar as primeiras mensalidades, e morar numa modesta casa, também nos subúrbios, mas meu ídolo não precisou de tanto, e é claro, nem mesmo ele ousaria tanto.

Enfim, desisti de ser um sentinela da liberdade sul-americano. Só me resta admirar sua juventude na Argentina, sua astúcia em escapar do serviço militar de um governo opressor, seu desejo de largar tudo em nome da liberdade e salvar povos. Uma pena!!!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Passo Fundo: minha e da Natália

Devido às declarações infelizes da participante do BBB 08, Natália, e de sua conduta que parece representar todas as mulheres dessa cidade, venho por meio deste blog esclarecer algumas coisas a respeito de nossa (minha, dela, e de outros milhares) cidade.

Passo Fundo, localizada no norte do RS, é a cidade mais populosa dessa região - 183.200 habitantes, segundo estimativas do IBGE – talvez por isso, ela reúne todas as qualidades e defeitos de cidades de grande e pequeno porte. Além dessa anormal (desculpem-me a franqueza), temos o ex-técnico da seleção brasileira, Felipão, e o falecido cantor Teixeirinha como filhos ilustres.

Passo Fundo sedia vários eventos culturais, entre eles, um dos maiores eventos literários da América Latina: a Jornada de Literatura, e o Festival Internacional do Folclore, um dos maiores e bem organizados do mundo, e mais recentemente, a encenação anual de um dos maiores conflitos armados ocorridos no RS: a Batalha do Pulador, ocorrida aqui.

Uma amiga paulista virtual me falou no MSN que dava a entender que não existia nem asfalto em Passo Fundo. Então a pergunta é inevitável: existem avenidas asfaltadas em Passo Fundo? Não...não somente há avenidas asfaltadas, mas também as ruas dos bairros mais distantes do centro da cidade são asfaltadas. Dizem que há mais asfaltos aqui que na capital gaúcha, Porto Alegre. Dúvidas à parte, só sei que proporcionalmente isso é verdade.

Mulheres? Lindas, mas como sou suspeito em afirmar isso, pergunta a um amigo da sua cidade que já teve o prazer de vê-las. Promíscuas como ela? Em toda a minha vida, não encontrei nenhuma. Claro, existem mulheres promíscuas, existem as mais recatadas, mas proporcionalmente são raras as natálias por aqui. Talvez por isso ela considere nossa cidade um atoleiro, grotão, e sabe-se lá que outros adjetivos ela usou para se referir a nossa cidade.

Passo Fundo tem pontos negativos? Sim. Falta de uma vocação industrial responsável pela saída de várias indústrias nos últimos vinte anos, o descaso com prédios quase centenários (a cidade tem apenas 150 anos de emancipação), a transformação da maior e mais tradicional sala de cinema e teatro em uma garagem, a exigência de uma “boa apresentação” em todos os lugares que se vá (se não estiver bem vestido...!), poucas opções de lazer, motoristas afobados e um certo grau de provincianismo da população.

E que outros pontos positivos existem aqui além dos citados acima? Uma das melhores frotas ônibus do Brasil, renovada a cada dois anos, e com direito à música e, em alguns casos, a um butijão de água mineral a sua espera na porta da saída. Uma das maiores (ou a maior, não tenho certeza) usinas de biodíesel da América Latina. A pitoresca “mateada na praça”, onde as pessoas se reúnem nos canteiros centrais à tardinha para saborear um chimarrão. Um verdejante campus universitário aberto ao público para lazer. Um povo receptivo...

Como procurei explicar, Passo Fundo não é exatamente um modelo de civilização, mas está longe de ser o “cafundó do brejo”. Será que já não basta o nome “Passo Fundo” passar essa impressão? O nome vem do rio Passo Fundo, que corta a cidade, que por sua vez era ponto de descanso e recomposição dos tropeiros que se dirigiam para São Paulo. Devido à dificuldade de acesso que o rio oferecia aos tropeiros, ele recebeu dos mesmos o nome de Passo Fundo.

Esse é o meu retrato da cidade da Natália e dos “gatorros” (alguém se lembra disso?). Para maiores informações, consultem esses dois sites:


https://www.pmpf.rs.gov.br/portal/geral/portal/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Passo_Fundo


E um beijão pra Natália!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Esquerda e direita (ou vice-versa)

Seja numa casa, numa empresa pública ou privada, a principal preocupação de quem é responsável por essas instituições é administrar os recursos que têm. Na sua casa, o(a) responsável pela família esbanja luz, água ou joga dinheiro fora de alguma outra forma simplesmente porque está sendo fiel a sua ideologia? Imaginem a seguinte situação: o(a) responsável pela família resolve comprar uma televisão para cada quarto, mesmo que o orçamento familiar não permite essa compra e que aumentará o gasto com energia elétrica, pela simples razão que "todos na casa merecem assistir televisão confortavelmente no seu quarto".



Se uma empresa que opera no vermelho começar a promover um campeonato de futebol para os empregados pela simples razão que "todo o trabalhador merece diversão e aliviar as tensões causadas pela atual situação da empresa", será que algum sindicato ou "representante do povo" iria aprovar tal atitude?



Pois bem, é assim que a esquerda e direita operam nos lugares onde administram. O que importa para ambos os lados é agradar os seus simpatizantes ou eleitores, não importando a situação financeira do lugar onde governa. Claro, há casos em ambos os lados de governantes que realmente governam com sabedoria; nesses casos, sua ideologia pouco ou nada conta em suas decisões. Mas ainda há gente que taxam esses governantes de "não-atuantes" ou que "abandonou a Causa". A essas pessoas, que peçam uma televisão para o seu quarto enquanto sua casa se infesta de goteiras.