quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Capitalismo - IV

Sinceramente, não estava mais a fim de falar sobre esse tal de capitalismo, mas toda vez que ouço asneiras do tipo "o capitalismo causa, cria, espalha ou germina a miséria", me sinto tentado a esclarecer sobre esse equívoco!!!


Para começar, o que o tal de capitalismo gera é riqueza. Os recursos da Terra são os mesmos de bilhões de anos atrás, é verdade, mas nem tudo foi explorado, extraído, a despeito do esgotamento de alguns recursos naturais (e a causa de justa, e muitas vezes exagerada, gritaria ambientalista), o que possibilita que mais riqueza seja criada no mundo. Explorar esses recursos e transformá-lo em riqueza é o que qualquer regime sócio-econômico faz. Uma jazida de ferro inexplorada não é riqueza. Os índios de terras brazillis não eram ricos, apesar de literalmente pisarem em cima de ouro e prata. Portanto, a riqueza global pode ser criada, não necessitando "empobrecer" outros povos!!!


Uma família ou uma nação que enriquecem não empobreceram outras famílias ou povos. Isso até pode acontecer em certos casos, mas não é a regra. Os salários de trabalhadores podem ser baixíssimos, enquanto o patrão enche as burras de dinheiro, mas isso não é empobrecer, mas distribuir mal a riqueza gerada. Da mesma forma, um país não necessariamente enriquece sugando a riqueza dos outros. De quais países o Japão, Suiça ou o Canadá arrancaram as riquezas que hoje possuem? Provavelmente "empobreceram" os seus vizinhos ricos!!!


Mas o que explica a crescente população miserável em países como o Brasil? Será que somos mais capitalistas que os EUA, Europa ou Japão? Não é o que diz o Heritage Foundation, que anualmente compara a liberdade econômica de vários países do mundo. Nesse ano, o Brasil se encontra no inacreditável 99º lugar. Inacreditável porque apesar da crescente intervenção estatal na economia, subimos umas 6 posições nos últimos anos. Então qual é a causa???


Além da própria intervenção estatal, que desvia recursos da produção para sustentar a gigantesca máquina pública, ainda há a velha questão da fecundidade elevada em famílias mais pobres - ou seja, casais pobres com, digamos, 10 filhos a cada geração, enquanto outros casais tem apenas 2 ou 3 filhos. Assim é fácil entender porque a pobreza cresce tanto, e nada a ver com o tal de capitalismo. Expliquei isso com detalhes matemáticos em Concentração de população. O assunto é tabu, poucos são aqueles que ousam tocar no assunto, e menos ainda os que fazem em público - pois isso seria preconceito - mas todos sabemos que é verdade!!!


O burguês-aristocrata que produz talheres e enriqueceu com isso, empobreceu aqueles que compraram seus talheres? Alguém ficou mais pobre por comprar garfos, facas ou colheres???


São obviedades que passam despercebidas, até porque no Brasil, os "especialistas" em capitalismo são filósofos de universidades públicas ou professores de geógrafia e história que culpam o sistema pelas limitações impostas a suas carreiras, enquanto acéfalos midiáticos ganham alguns milhões de reais por mês, tudo por "culpa do capitalismo". Daniela de Souza Onça, geógrafa da UFSC, a quem admiro pelo seu trabalho contra a farsa do aquecimento global antropogênico (cuja tese de doutorado sobre o assunto arrebentou), certa vez afirmou numa entrevista que o aumento dos casos de malária na África se deve ao capitalismo, não ao aquecimento global. Não, professora Daniela, o capitalismo também não causou a proliferação da malária, até porque saúde pública é de responsabilidade dos bondosos e justos governos de qualquer sistema. Graças ao capitalismo, temos inseticidas que matam até o mosquito da dengue!!!


E é isso. Voltarei a falar sobre isso quando ouvir outra coisa interessante sobre o capitalismo. Ou talvez a próxima postagem elucidará uma das criações mais cínicas da cultura pop: porque Batman é tão rico e Gotham City é tão pobre e ele ainda sai batendo nos "frutos da miséria"!!!



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Niemeyer, seu humanismo e os humanistas!!!

Oscar Niemeyer, enfim, faleceu quando alcançava seus 105 anos de idade. Sua longevidade já é folclórica. Grande arquiteto, até certo ponto, e um admirador inconteste do comunismo, aquilo que alguns catedráticos de manual chamam de humanismo, no sentido divino e equivocado da palavra!!!


Além do esperado pesar, houve uma celeuma nas redes sociais e até nos demais meios de comunicação por causa de um artigo de Reinaldo Azevedo, intitulado Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota, que na verdade é uma citação de um artigo que escreveu em 2006. O texto procura diferenciar na mesma pessoa o artista e o ativista. Segundo ele, Niemeyer era um gênio da arquitetura, mas um idiota por defender o comunismo. Essa última condição - ele deixa claro - não deve obscurecer a primeira. O mesmo se aplica, no meu ver, à cantora argentina Mercedes Sosa. Mas não foi isso que seus admiradores humanistas entenderam (porque não me surpreendo com isso?)


O surto humanista nas redes sociais deu origem a um novo artigo do Reinaldo Azevedo, intitulado magnificamente de Niemeyer e o zurro dos 100% idiotas, onde, além de dar a merecida resposta a esses gênios da leitura, ainda cita algumas respostas bastante humanistas que recebeu!!!

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Sem um líder da estatura de Stalin, prega Niemeyer, o mundo poderia ter tido outro destino, subjugado por Hitler. Apesar do regime de terror, o massacre de milhões de pessoas que se opunham ao governo, a eliminação de 2/3 do comitê central do Partido Comunista Soviético, entre outros crimes. O arquiteto perdoa o ditador, morto em 1953. Aposta que a opinião pública mudará de idéia quando descobrir que Stalin foi vítima de uma “campanha odiosa”, movida pelas “forças reacionárias”:



— Stalin era fantástico. A Alemanha acabou por fazer dele uma imagem de que era um monstro, um bandido. Ele não mandou matar os militares soviéticos na guerra. Eles foram julgados, tinham lutado pelos alemães. Era preciso. Estava defendendo a revolução, que é mais importante. Os homens passam, a revolução está aí. (fonte)


Niemeyer vê em Stalin um inigualável estadista, que salvou a Europa - e o mundo - das garras de Hitler, e segundo ele, foi justamente o nazismo quem espalhou de forma "goebbelica" a terrível fama que hoje Stalin desfruta. Como todo bom teórico da área, não se sentiu obrigado a citar a obra ou os nazistas responsáveis pelo acinte. Não explicou porque esses mesmos nazistas não conseguiram sequer amenizar a terrível fama que hoje o nazismo desfruta. Nenhum repórter da mídia "reacionária" lhe perguntou porque obras pró-nazistas como Holocausto: judeu ou alemão? foram retiradas de circulação e o autor levou uma bela sodomizada da Justiça, enquanto esse misterioso estratagema anti-Stalin teve um grande exito. Não seria, talvez, o caso de todas as atrocidades nazistas serem mera difamação comunista? Se é possível uma coisa, porque não outra???


Mas o mesmo Niemeyer que desejava um mundo "melhorpara o proletariado ignorava a situação dos trabalhadores ao lado dos seus pés, que tornavam concreto e em concreto seus rabiscos.



"Matam tanto operário, é um regime de merda (sic), qual é a importância que mataram lá, tão matando todo dia gente aí, invadindo as favelas. Nunca ouvi falar nisso" (fonte).


É claro que o "regime de merda" (já notaram como comunistas fazem uso frequente desse adjetivo? Lembram do "referendo de mierda"?) não se trata do seu regime favorito, que matou dezenas de milhões de "burgueses reacionários", mas desse estranho capitalismo brasileiro."...tão matando tanta gente aí, invadindo as favelas.", é como se traficantes e milicianos presentes nas favelas não matassem ninguém. Só morre gente na favela quando são invadidas...por policiais, imagino. Notem, também, que ele também não sabia de nada do que acontecia ao seu redor. Se tivesse tempo, também negaria a ocorrência desses pequenos detalhes, ou talvez diria que se tratava de "julgamentos"!!!


Niemeyer viveu muito, mas muito mais que as vítimas de seus ídolos. Isso é bom, uma vez que nunca matou e nunca ordenou execuções, não havia motivos para desejar sua cabeça empalada ou numa bandeja. É assim que reaças como eu pensam. Sua única revolução foi na arquitetura; suas armas foram lápis, réguas e pranchas, mas que suas opiniões eram desprezíveis...isso eram. É o humanismo brasileiro!!!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Teorias aquecimentistas - para refletir II

Em tempos de calor intenso, como agora, o temor do terrível aquecimento global causado pelo homem emerge das psiques mais impressionáveis. Sei como é porque também já tive esse problema, e parece que a colocação dos meteorologistas da mídia, de que se trata "de uma massa de ar quente", portanto, um calor localizado, e não global, passa despercebido ou até usado como "prova" de mudanças climáticas causadas pelo homem. Quando vem o frio, mesmo um friozinho no verão, aquele temor volta novamente ao porão da nossa mente até a próxima onda de calor. É por isso que volto a falar sobre o assunto, aliás, falei bastante sobre isso, mas é um assunto que merece ser discutido profundamente, pois não envolve só ciência, mas ideologias!!!


Na postagem anterior, falei sobre o aparente e real paradoxo entre os invernos rigorosos e calores intensos, que aparentemente põe em xeque a teoria aquecimentista, mas que na verdade, faz exatamente isso: põe em xeque a teoria aquecimentista!!!


Os leitores mais por dentro do assunto poderão dizer que, com o derretimento do Ártico, as correntes marítimas quentes ficarão enfraquecidas e deixarão os invernos mais frios. Essa hipótese, apesar de ser amplamente divulgada, contém um ou dois problemas:


1) Por que o esfriamento causado pelo enfraquecimento dessas correntes também não ocorre no verão? Afinal, é durante o verão do hemisfério norte que as geleiras locais se derretem de fato, logo, o descongelamento deveria atrapalhar essas correntes quentes com mais intensidade no verão que no inverno!!!



2) Por que o próprio aquecimento global não compensaria o resfriamento resultante desse fenômeno? Explicando: se as temperaturas ficassem 2ºC abaixo da média no inverno, e o aquecimento global ocasione, digamos, um aquecimento de 2ºC acima da média, então o inverno deveria ser "normal", certo? Já que uma coisa anularia a outra!!!


3) E correntes marítimas só influenciam o clima de ilhas e regiões próximas do mar!!!



Efeito ar-condicionado


Certa vez, uma engenheira, pelo menos assim se entitulou, apresentou uma nova versão, apelando para a 1ª lei da termodinâmica. Segundo ela, o calor resultante do aquecimento expulsaria o frio para outras regiões, num fenômeno semelhante ao que acontece com o ar condicionado, onde o ar frio "expulsa" o ar quente (ou o ar quente é "retirado"?). É claro que esse raciocínio tropeça no segundo argumento: onde quer que o frio vá, teria um aquecimento global para anulá-lo, reduzí-lo ou até superá-lo. Afinal, o aquecimento seria global, e não regional!!!


Então, vem as perguntas: por que os invernos europeus e americanos, mesmo em regiões afastadas de qualquer oceano, estão aparentemente mais rigorosos? Será que os invernos de décadas anteriores, em que não havia aquecimento global, eram tão rigorosos? E por falar desse pessoal do hemisfério norte, lembremos que esse lugar é composto por metade de oceanos e metade de continentes. No nosso hemisfério, 90% são oceanos e o restante são continentes, e isso faz toda a diferença entre o clima de lá e o clima daqui. E lembremos que quase todos os dados sobre o clima vem de lá, do norte!!!