terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Presença de Anitta - Urgente!!!

Na postagem A Presença de Anitta (com dois "tês", por favor), falei sobre o suposto racismo da sociedade, que não dava ao grupo O Bonde das Maravilhas o mesmo destaque dado à Anitta. Sinceramente, não conhecia esse grupo e nem a Anitta, a não ser pelos seus nomes, mas eis que me deparo com a seguinte notícia!!!



JUSTIÇA PROÍBE SHOW DO BONDE DAS MARAVILHAS


Abri logo para ver o porquê dessa proibição. Já estava eu achando que fosse algum tipo de racismo velado, mas eis que descubro que se o grupo é formado por...DE MENORES DE IDADE, garotas entre 13 e 17 anos!!!


...A apresentação das adolescentes entre 13 e 17 anos foi proibida e só poderia ser realizada se o grupo tivesse "autorização judicial expedida por juiz competente", caso contrário a proibição continuaria válida pois as garotas, de acordo com palavras usadas pela Juíza em sua decisão "apresentam-se praticamente seminuas, dançando coreografias altamente sensuais, elas estão inseridas em contexto erotizante que lhes deturpa a boa formação moral e sexual, com aberto convite à prostituição"...



Sendo assim, o que me surpreende é o fato desse grupo simplesmente existir. E me surpreende também é o fato da tal Joseline Gomes não ter comentado e muito menos ter se incomodado com isso. O racismo que ela tanto condena no texto pode ser real ou imaginário, mas o fato de menores se apresentando semi-nuas é algo bem real. A Anitta, antes que perguntem, tem 20 anos!!!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Menos, direitistas, menos - II

50 MIL MORTES POR ANO no Brasil!!!


Esse é a média de assassinatos no Brasil, o equivalente à três ou quatro anos de Guerra do Iraque (mas como a população desse país é 7 vezes menor que a nossa, então a situação lá é ainda pior). Para resolver essa calamidade, muitos direitistas apelam para uma nova ditadura militar. Numa postagem anterior sobre a ditadura, procurei mostrar que uma possível ditadura comunista na época não seria tão cruel como foram seus pares em outros países, exatamente como a ditadura militar daqui não foi tão cruel quanto a dos países vizinhos. Nessa postagem, vou mostrar que o argumento deles está incompleto e não diferencia a natureza dos agentes envolvidos!!!



Segundo os defensores do tal regime, houve 400 mortos e desaparecidos na ditadura em 21 anos contra 150 mil assassinatos por ano. Onde está a falha? 1º - Não estão considerando o número de assassinatos comuns no período militar, praticados por bandidos sem farda ou por desentendimentos, como acontece hoje. 2º - Se é inaceitável que cidadãos comuns sejam mortos por bandidos comuns, mais inaceitável ainda é o governo matar seus cidadãos. Quando isso acontece, a quem vamos reclamar? Quando apanhamos dos irmãos, podemos reclamar para os pais, mas quando os pais nos batem???



É possível que a primeira falha ao ser corrigida mostre que a criminalidade naquele período era bem menor que hoje, mesmo havendo o perigo dos militares te confundirem com o Che Guevara. Já a segunda falha é o que diferencia os regimes ditatoriais de regimes democráticos. Não há como corrigir ou justificar!!!



Enfim, um problema não justifica o outro, embora acredito que um problema pode levar a outro. E o apelo de uma parte da população para um novo regime militar evidencia isso!!!

sábado, 17 de agosto de 2013

Da Suécia para a Coréia!!!

O governo federal, como se finalmente ouviu a voz dos nossos “especialistas em tudo”, pretende investir 10% do PIB em educação. Pululam dados em diversas fontes mostrando a ineficácia dessa medida para resolver a vexamosa decadência do ensino público e mesmo do ensino privado. Concordo com tudo o que falam, mas temos que ser cuidadosos quando usamos percentuais do PIB como parâmetro de comparação!!!



Na postagem Rumo à Suécia, de Titanic!!!, expliquei que tudo depende do PIB per capita, e não do PIB total. Vejamos o caso da Coréia do Sul, o exemplo mais citado para ilustrar a ineficácia dessa medida governamental. Segundo as diversas fontes, esse país investe apenas 5% do PIB em educação, contra 5,7% no Brasil. Acho desnecessário recorrermos ao ranking de qualidade da educação, da OCDE, para constatar a superioridade do ensino coreano em relação ao nosso, mas se alguém gosta de se indignar, é só dar uma clicada aqui!!!



O ideal para esse tipo de comparação seria extrair o percentual do PIB destinado à educação em cada país e dividir esse resultado pelo número de estudantes. Como não sabemos quantos estudantes há em cada país, vamos dividir pela população, supondo que sua proporção entre os dois países seja igual à proporção de estudantes. Traduzindo do coreano para o português: se a população brasileira for 10 vezes maior, então temos 10 vezes mais estudantes. Podemos também usar a ótica do PIB per capita, como fiz no caso da Suécia. O resultado será o mesmo!!!



5% de um PIB de US$ 986,300 milhões - da Coréia - equivale à US$ 49,150 milhões. Já  5,7% de um PIB de US$ 2.090 milhões - PIB brasileiro - equivale à US$ 119 milhões (valores do PIB referente a 2008). Dividimos esses valores respectivamente por 49 milhões (a atual população da Coréia do Sul) e por US$ 194 milhões(a atual população brasileira) e teremos US$ 1.003 para cada coreano e US$ 614 para cada brasileiro (como a população estudantil de cada país é necessariamente menor que a população total, então cada estudante receberá valores ainda maiores, mas o que nos interessa é a proporção de cada país, que não será afetada por isso)!!!




Como vimos, cada estudante coreano recebe quase o dobro do estudante brasileiro. Não recebe menos, como as pessoas contrárias à proposta quantitativa acreditam. Mas e se gastarmos 10% do PIB em educação? Talvez isso seja possível simplesmente acabando com a corrupção, com o excesso de burocracia, com a má gestão do dinheiro público, sem falar das amortizações da dívida pública, do rombo da Previdência. De qualquer forma, um aumento nas verbas para a educação pode resolver os problemas de infra- estrutura das escolas e dos baixos salários dos professores, mas a educação em si...bem, não creio que terá muitas melhorias com isso!!!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Presença de Anitta (com dois "tês")!!!

Direto dos corredores do Facebook (aliás, um ótimo celeiro da mentalidade humana), encontrei esse artigo (dê uma clicadinha aqui) que fala sobre o racismo velado nessas plagas, usando como exemplo cabal o sucesso da funkeira Anitta, que não teve igual entre as funkeiras negras. E aí? O que dizer???



Como somos um país multiétnico, a questão não é se o racismo existe ou não, mas a sua intensidade. A probabilidade de encontrar racismo unilateral ou mútuo onde dois povos convivem é grande; então, vem a seguinte questão: Qual seria o grau de racismo no Brasil? Não há como responder de forma quantitativa, restando-nos confiar nas impressões ou experiências vividas e/ou presenciadas. Foi o que fez a autora do artigo, Joceline Gomes, ao perceber o sucesso e o destaque da mídia dado à "funkeira branca" e concluiu que, de fato, somos uma sociedade racista. Se dou-lhe razão quanto à existência do racismo, tenho certa ressalva quanto a sua intensidade e o uso do sucesso da funkeira como prova de sua existência por aqui!!!



O racismo local é muito menos intenso que o apartheid, ou mesmo em outros países na África (negros contra negros) ou nos EUA de décadas atrás. É um racismo velado, como ela diz. Isso é ruim? Não há formas boas de racismo, portanto, é ruim sim, mas não podemos compará-lo ao racismo escancarado dos exemplos citados. Já houve quem dissesse que o nosso racismo é pior porque impede qualquer reação por parte dos negros. Imagino eu que ele quis falar de "uma reação legal", entrar na justiça e processar os racistas, jamais partindo para aquela famosa diplomacia pré-histórica. O único "porém", é que essa reação legal já existe nesse país do terrível racismo velado!!!



Voltando à Anitta, seu sucesso significa que há racismo nos meios de comunicação, mas o povo também é racista? Pra começar, ela parte do pressuposto que a nação brasileira, pelo menos aquela que cerca as favelas, são formados por brancos. Os próprios militantes da causa negra insistem em dizer que metade da população brasileira é formada por negros (na verdade, a soma de negros e pardos). Aí eu fico imaginando: quantos fãs da Anitta são negros???



Ela é do Rio de Janeiro, onde, segundo o último censo do IBGE, 51,70% da população é negra (lembrem-se: negros e pardos, contra 50,74% no resto do país). Ou seja, onde seu sucesso começou, no RJ, não seria demais imaginar que metade de seus fãs podem ser negros? É possível, também, que metade dos fãs do Bonde das Maravilhas também sejam  negros. Será que a possível metade negra dos fãs de funk não têm sequer o divino poder ibópico (hmpf...neologismos!) de decidir quem é sexy ou quem é vulgar, mesmo que, ao menos demograficamente, estão em igualdade com os brancos? Mais perturbadora que essa hipótese, seria descobrir um ou dois negros que pensam da mesma forma que os brancos racistas!!!



Não há como descobrir com precisão a proporção étnica dos fãs da srta. Anitta ou do Bonde das Maravilhas, a menos que façam uma pesquisa, mas teoricamente é algo próximo da proporção populacional!!!



Eu, pessoalmente, trato todos os pseudo-funkeiros e funkeiras (funk é outra coisa), não importando a cor, com igualdade: lixo musical, decadência cultural e outros chavões merecidos. Sou do tempo em que a presença de Anita (essa, com um "tê") perturbava apenas o protagonista da minissérie homônima. Bons tempos!!!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Capitalismo V - a revanche dos descontentes!!!


Quando fico uns bons meses sem postar nada aqui, é porque estou sem assunto ou sendo monotemático. Mas como a proposta do blog é justamente analisar, questionar e comentar, sem medo de gerúndios (nesse caso, sem medo de infinitivos), o que há por trás do que lemos, ouvimos no decorrer dos anos ou temas atuais de forma levemente didática, então me vejo obrigado a expor minha opinião sobre o  assunto do momento ou sobre uma crença arraigada que vez ou outra vem à tona nos lembrando que ela ainda existe, mesmo eu correndo o risco de ser monotemático, o que é o caso atual!!!



Hoje vou falar da tal exploração capitalista, algo que para muitos, é uma espécie de escravidão moderna. Mas o que seria de fato essa tal de exploração capitalista? No artigo anterior, prometi que na postagem com esse título falaria do papel do Batman numa cidade onde seu alter-ego concentra boa parte da renda de Gotham City. Deixarei para a próxima!!!



Antes de começar, vou dar o meu conceito de exploração, seja capitalista, socialista ou mesmo anarquista. Quando o empregador remunera o empregado com menos do que ele pode pagar, então temos um tipo de exploração que justifica qualquer greve por melhores salários. Quando o comerciante cria uma “meta de vendas” absurda, tão somente para enriquecer às custas do empregado, também temos exploração. Quaisquer outros exemplos semelhantes são explorações. Mas na visão marxista-leninista-trotskista-stalinista-castrista-polpotista dos nossos universitários, principalmente das áreas humanas, o simples fato de um ser humano estar produzindo para enriquecer outro é exploração, mais precisamente exploração capitalista. Tirando os exemplos de explorações que citei no começo, ouso dizer que a coisa não é bem assim. Ouso dizer que isso não é exploração, no sentido de semi-escravidão. Horrorizem-se, comunistas de McDonald's!!!



Enquanto a verdadeira exploração depende da índole do patrão (ganancioso, explorador FDP), a tal de exploração capitalista é quase um acordo. Pra começar, os patrões capitalistas não mandam capitães-do-mato arrancarem seres humanos de seu mundinho de conto de fadas, forçando-os a trabalharem em seus estabelecimentos. É justamente o contrário: seres humanos vão atrás do capitalista desalmado para oferecerem sua força de trabalho em troca de salário, já que sua vidinha não é tão escandinavamente bucólica assim. É mais fácil a pobre vítima do capitalismo forçar o patrão a empregá-lo que o contrário. Praticamente o oposto da escravidão!!!



E o empregador enriquece simplesmente porque explora seres humanos? Por essa lógica, o patrão, sem capital, sem nada, obrigaria, de alguma forma, outras pessoas a servi-lo e, com isso, conseguiria adquirir todo o capital necessário para a produção, e aí sim, enriquecer. Uma inversão da causa e efeito. Você já pensou em “empregar” pessoas não tendo nada para oferecer-lhes, nem mesmo instrumentos de trabalho ou garantia de salário no final do mês? Se isso fosse possível, você até cogitaria fazer isso, qualquer um cogitaria, mas vós sabeis que só é possível empregar alguém quando há um mínimo de bens de capital (máquinas, instrumentos de trabalho, etc...) e garantia de salário no final do mês!!!




...enquanto isso, a Mais-Valia...


Seria algum erro, alguma injustiça se o patrão visasse apenas ao lucro? Seria, se o patrão recorresse às formas que citei no terceiro parágrafo, caso contrário NÃO, da mesma forma que não é nenhum erro ou injustiça o trabalhador visar apenas ao salário. Sim, ele pode se preocupar com outras coisas referentes ao seu trabalho – tal como faz o patrão - mas seu objetivo final é o salário!!!



E esse mais-valia? Mais-valia seria a diferença entre o valor total do produto por trabalhador, e o custo total da produção, incluindo aí o seu salário. Esse valor seria abocanhado pelo patrão. É claro que os custos de produção não são os únicos custos de uma empresa, e é aí que esse conceito de mais-valia meio que desaba. Com o mais-valia, o terrível patrão deve pagar os impostos, pagar o salário de quem não participa diretamente da produção –  a faxineira e a secretária, por exemplo – remunerar os acionistas, no caso das grandes empresas (sem o dinheiro que eles depositaram na empresa, não haveria tantas pessoas sendo “exploradas”) e outros custos cuja existência passa a quilômetros do conhecimento de nossos “cidadães conscientes”. Com todas essas implicações e complicações, quanto de "mais-valia" sobraria para o patrão???



Sim, os patrões não devem ganhar tanto assim. Deveriam, quem sabe, ganhar o mesmo que seus funcionários. Você, se tivesse um capital ( todo o patrimônio produtivo) de R$ 1 milhão, se contentaria em receber R$ 1 mil por mês? Se a resposta for cinicamente afirmativa, então faça o seguinte: venda esse patrimônio e invista na poupança - a aplicação que menos remunera o capital hoje. Se fizer isso, sem qualquer esforço, risco ou incômodos, irá ganhar quase R$ 6 mil por mês. Já escolheu o que faria com o seu milhão???



A essa altura, o leitor está convicto de que sou um burguês explorador ou filhinho do mesmo. Os que me conhecem, devem achar que estou bajulando o patrão ou que sou algum mentecapto por querer marcar um gol contra mim e meus companheiros, se esquecendo rapidamente das exceções que escrevi no terceiro parágrafo. Não creio que o meu patrão vá ler isso, e tampouco que eu seja promovido. O que escrevi são fatos. Se alguém discorda, o espaço para comentários está à disposição!!!