segunda-feira, 1 de junho de 2009

Susan e Yang. Yang e Susan!!!

Susan Boyle, que a essa altura todos já devem conhecer, é a mais nova sensação da música internacional. Não é para menos: uma voz magnífica, realmente uma novidade numa época tão pobre em idéias e novidades. Mesmo perdendo a competição, seu futuro como cantora já está garantido. Meu voto de louvor a ela!!!

Mas não foi só isso que chamou a atenção do mundo para Susan. Feia, mal apresentada e insegura, surpreendeu o mundo com sua voz. Foi um dos raros momentos em que o talento se sobrepôs à aparência!!!


Diferentes situações; Yang Peiyi, para quem não se lembra, era a menina feia e de voz magnífica que cantou Ode à Pátria, a famosa canção das Olimpíadas de Pequim. Yang, por não ser “suficiente bonita para representar a China”, não pôde ser apresentada ao mundo como a verdadeira dona da voz. No lugar dela foi apresentada a bela Lin Miaoke. A intenção original dos organizadores, e com o consentimento do Diretor-Executivo do Comitê Olímpico Internacional, era mostrar uma menina linda, e com uma bela voz. Mas qual seria o motivo disso??? “Queríamos passar uma imagem perfeita e pensamos no que seria melhor para a nação”, justifica o diretor musical da cerimônia Chen Quigang, o mesmo que revelou o artifício por não concordar com o tratamento posterior que seria dado à pequena cantora. Esse tratamento posterior consistia em lançar Lin ao estrelato, sempre com Yang servindo de vitrola atrás da cortina!!!

Mas por que essa diferença de tratamento entre Susan e Yang??? Será que os tempos estão mudando??? Culturas diferentes??? No caso de Susan Boyle, só vejo uma explicação: a velha e quase onipresente competição. Um cânone do capitalismo, tão amaldiçoado por seus opositores. Era uma competição, e que vençam os melhores cantores, não sendo possível e nem desejável que alguém leve o mérito de outro, embora mesmo nos países capitalistas esse tipo de coisa acontece vez ou outra!!!

No caso da pequena Yang Peiyi, acho que o negocio é um pouco mais complicado. Não havia competição alguma, mas um movimento em prol de um evento que sempre procurou combinar eficácia e beleza, o bonito com o técnico. Não só uma coisa ou outra, mas as duas coisas juntas, além, é claro, de "passar uma imagem perfeita e no que seria melhor para a nação"!!!. Nada contra o primeiro motivo, mas o caso Yang mostrou um lado desagradável quando os elementos em questão são seres humanos, pior, quando são crianças, pior, quando certos setores resolvem levar a farsa às últimas conseqüências!!!

Uma coisa é esconder uma poltrona boa mas rasgada debaixo de um lençol aveludado, outra coisa é esconder uma criança com bela voz atrás de outra criança, bonita mas com voz possivelmente sofrível. Mas o que acontece quando não é possível esconder a poltrona??? A resposta talvez seja Susan Boyle!!!