sábado, 23 de agosto de 2008

Participe do meu BBB

O brasileiro lê pouco, mas em compensação, assiste muito televisão. Até aí, nenhuma novidade. Mas o que pouco se nota é que o brasileiro questiona pouco; ele se depara com algo estranho e não pergunta o que é, de onde vem ou o que significa!!!

Podemos verificar isso de perto. Espere a próxima temporada do Big Brother Brasil e você não apenas verá, mas como medirá esse fenômeno. Num país onde o ensino do inglês é falho nas escolas, é de se esperar que o povo brasileiro que dá tanta audiência a esse programa, cujo nome não está escrito em português e nem se assemelha aos seus respectivos significados em português, pergunte, nem que seja para si mesmo, o que significa Big Brother Brasil. Pelo menos, é isso que eu espero de um povo que questione!!!

Embora a palavra “Brasil” no nome já esteja traduzida, não é de se estranhar sua presença no nome??? Por que “Brasil”??? É possível que essa resposta já esteja pronta na boca do povo: “Porque o programa é exibido em outros países, portanto, o ‘Brasil’ é para diferenciar a versão brasileira do Big Brother das demais”. Beleza. Sugiro que faça essa pergunta ao maior número possível de pessoas que assistem ao BBB. Claro, anote o número de pessoas que você entrevistou, e o número de pessoas que acertou a resposta!!!

Agora, pergunte: “O que significa Big Brother”. Dessa vez, anote apenas quantas pessoas acertaram, já que o número total de entrevistados você já anotou. Antes que eu me esqueça: “Big Brother significa Grande Irmão”!!!

E para aqueles que acertaram essa resposta, pergunte sobre o motivo desse nome, o porquê de “grande irmão” e anote quantas pessoas acertaram a resposta. “Grande Irmão” é o personagem central do livro 1984, de George Orwell. Esse livro é um clássico, onde o autor faz uma alusão ao regime stalinista, tal como em A Revolução dos Bichos; outro clássico. O Grande Irmão era o tirano que vigiava os cidadãos do seu país com câmeras em todos os lugares, e em cada lugar havia um aviso: “O Grande Irmão te vê”. Não sei de muitos detalhes sobre o livro porque ainda não tive o prazer de lê-lo. Mas quanto mais fico sabendo dos detalhes, mais tenho vontade de ler. Digite “1984” no Google para ter mais informações!!!

Depois de entrevistar esse pessoal, calcule o percentual de cada resposta. Pegue o número de acertos, multiplique por 100 e divida pelo número total de entrevistados. No caso da última pergunta, faça a mesma coisa, mas divida pelo número de pessoas que acertaram a segunda pergunta (o que significa “big brother”)!!!


1) Qual o percentual de pessoas que acertaram a pergunta “Por que no nome do programa está escrito ‘Brasil’???”. Para responder a essa pergunta, grave ou anote essa equação:

A x 100 / T

Onde:

A = número de pessoas que acertaram a pergunta
T = total de entrevistados

Usando a mesma equação, poderemos responder a próxima pergunta!!!


2) “Qual o percentual de pessoas que sabiam o que significa “Big Brother” em português???” Use a mesma equação, mas usando no A apenas as pessoas que acertaram essa pergunta!!!


3) "Qual o percentual de pessoas que sabem o porquê da expressão “Big Brother”??? Como é muito provável que só aqueles que sabem a tradução em português de “Big Brother” saberiam responder a essa pergunta, então para descobrir esse percentual, devemos substituir o T da equação pelo número de pessoas que acertaram a tradução de “Big Brother”, enquanto o A continuará sendo o total de pessoas que acertaram essa última pergunta!!!


E então??? Está disposto (a) a encarar essa pequena pesquisa. Claro, não é algo digno da grandiosidade de Richard Lynn (risos), mas já serve!!!


Qualquer dúvida ou sugestão antes, durante ou depois é só “comentar” logo abaixo. Boa sorte, pesquisador!!!

domingo, 10 de agosto de 2008

Politicamente (e Cientificamente) Incorreto!!!

Richard Lynn é um cientista polêmico, mais politicamente incorreto que eu. Ele acredita que as evidências científicas devem ser divulgadas doa a quem doer, desde, é claro, que não doa na própria carne!!!

Em seus estudos sobre a inteligência, ele comprovou, ainda não sei como, que os orientais são os mais inteligentes, os negros são os mais burros, as mulheres são mais burras que os homens (embora elas os superam quando seus Q.I.s se igualam), e agora ele afirma que ateus são mais inteligentes que religiosos. Longe de mim criticar seus estudos, pois não os vi, e como leigo, dificilmente poderia contestar!!!

Numa recente entrevista à revista Época [o link está no final da postagem], ele afirma que os ateus são mais inteligentes que os religiosos, e é claro, os pobres são menos inteligentes, povos atrasados são menos inteligentes, nós aqui somos menos inteligentes que o seu povo. Eu, como brasileiro com Q.I. abaixo do padrão, segundo ele, vou aprender a questionar, e vou começar pela sua entrevista. Em negrito estão as suas colocações, e a opinião vinda de alguém com Q.I. baixo estará escrita em letra normal:

ÉPOCA – Por que o senhor diz que pessoas inteligentes não acreditam em Deus?

Richard Lynn – Os mais inteligentes são mais propensos a questionar dogmas religiosos. Em geral, o nível de educação também é maior entre as pessoas de Q.I. maior (um Q.I. médio varia de 91 a 110). Se a pessoa é mais educada, ela tem acesso a teorias alternativas de criação do mundo. Por isso, entendo que um Q.I. alto levará à falta de religiosidade. O estudo que será publicado reuniu dados de diversas pesquisas científicas. E posso afirmar que é o mais completo sobre o assunto.



Nesse caso, os norte-americanos possuem um Q.I. baixíssimo, certo??? A resposta vem a seguir!!!


ÉPOCA – Segundo seu estudo, há países em que a média de Q.I. é alta, assim como o número de pessoas religiosas.

Lynn – Sim, mas são exceções. A média da população dos Estados Unidos, por exemplo, tem Q.I. 98, alto para o padrão mundial, e ao mesmo tempo cerca de 90% das pessoas acreditam em Deus.


Ah...quer dizer, os ultra-religiosos americanos possuem um Q.I. elevado, mas são exceções. Entenderam???


A explicação é que houve um grande fluxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade nas pesquisas.


Como é que é??? Vocês leram isso??? Num país onde o ateísmo é considerado um sacrilégio, a culpa toda é de uma minoria de católicos??? Será que ele não sabe que a maioria da população americana é protestante??? Os dados da CIA [o link também está no final] não me deixam mentir (embora essa mesma fonte confunde as religiões afro-brasileiras com vodu, e afirma que aqui se fala, além do português (oficial), espanhol, alemão, italiano, japonês e inglês. Mas presumo que as informações de seu próprio país sejam mais fidedignas)!!!

Mas, se tirarmos as imigrações ao longo dos últimos anos, a população americana teria um índice bem maior de ateus, parecido com o de países como Inglaterra (41,5%) e Alemanha (42%).

Será que ele se dignou a pesquisar um pouco da história da colonização americana??? Será que ele não soube que o aumento do ateísmo na Europa e no mundo é algo recente??? Se for assim, então o Q.I. “dos seus” só superou dos demais nos últimos anos. Sem falar que na Europa existem as igrejas luteranas estatais, sabiam disso??? Mas vou me ater a sua afirmação.

O fato, segundo os dados da CIA, é que a população americana é bem dividida, religiosamente. Vejam: 51,3% de protestantes, 23,9% de católicos. Se todos os católicos se tornarem ateus, então 28% da população será atéia (abaixo da Inglaterra e Alemanha). Se todos os protestantes se tornarem ateus, então 55% da população será atéia. Será que foi nessa relativa homogeneidade que Lynn baseou essa afirmação???

No Brasil, segundo os mesmos dados da CIA (que na verdade, foram retirados do IBGE), 73,6% são católicos e 15,4% são protestantes (os nossos “evangélicos”). Se os evangélicos se tornarem ateus, então teremos apenas 23% de ateus, mas, se todos os católicos se tornarem ateus, então mais de 80% serão ateus (bem acima de qualquer projeção que Lynn pode fazer para os EUA). Mas deixei o melhor por último: no Brasil, 7,4% eram de ateus, enquanto nos EUA, o percentual é de 4%. E vamos considerar que os dados do Brasil são do último censo demográfico realizado em 2000; enquanto dos EUA é de 2007. Será que a nossa população atéia não aumentou nesse período, assim como pode ter acontecido nos EUA???



ÉPOCA – Cuba é um país mais ateu que os Estados Unidos, mas o nível de Q.I. não é tão alto.

Lynn – Você tem razão. É outra exceção. Pela porcentagem de ateus (40%), o Q.I. (85) dos cubanos deveria ser mais alto que o dos americanos. Mas há também aí um fenômeno não natural que interferiu no resultado. Lá, o comunismo forçou a população a se converter. Houve uma propaganda forte contra a crença religiosa. Não se chegou ao ateísmo pela inteligência. A população cubana não se tornou atéia porque passou a questionar a religião. Foi uma imposição do sistema de governo.

“Não se chegou ao ateísmo pela inteligência”. Se o diretor do Projeto Genoma e autor do livro A Linguagem de Deus, Francis Collins, ler isso...Mas algo parecido com o fenômeno Cuba não acontece nos EUA??? Lá a própria sociedade cobra a religiosidade do indivíduo. Leiam Deus, Um Delírio, de Richard Dawkins, ou então observem as campanhas de Barack Obama e John McCain, talvez os candidatos menos religiosos dessas eleições nos EUA, sempre irão encontrá-los rezando numa igreja. Lá, a religião da população de origem anglicana é tão evidente que só Lynn não conseguiu ver!!!

ÉPOCA – E o Brasil, como está?

Lynn – O Brasil segue a lógica, um porcentual baixíssimo de ateus (1%) e Q.I. mediano (87). É um país muito miscigenado e sofreu forte influência do catolicismo de Portugal e dos negros da África.

A influência dos brancos deve-se à igreja católica, e a influência dos negros deve-se simplesmente porque são negros, inferiores; mas isso ele não esconde, ele só esconde a "culpa" dos brancos, culpando no lugar deles a igreja católica!!!

Notem também que quando ele fala em religião, ele fala em “igreja católica”, ele se esquece - completa e convenientemente - do protestantismo, dominante na Europa e nos EUA!!!

Fica difícil mensurar a participação de cada raça no Q.I. atual. O que posso dizer é que a história do país se reflete em sua inteligência.

Então ele quer dizer que os árabes já foram inteligentes, e agora são ignorantes, pois de acordo com a história, eles estavam na vanguarda intelectual há 1.000 anos atrás, na mesma época que os europeus não passavam de camponeses ignorantes – e com Q.I. baixo!!!

Quis dizer também que os germânicos eram pouco mais que trogloditas, pois não sabiam fazer muita coisa além de saquear, roubar e destruir, mas agora estão na vanguarda intelectual. Quis dizer também que os finlandeses – o povo com o melhor sistema de ensino do mundo – tinham um Q.I. de ameba até o século XIX, pois nem escrita o idioma finlandês tinha. Se for assim, então certamente ele está confundindo capacidade de raciocínio com investimentos de um país em educação, em ciência e em tecnologia ao longo dos anos e dos séculos!!!


Pois é...alguém quer fazer alguma pergunta ao sr. Lynn???


Reportagem da Época: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI9990-15295,00-OS+ATEUS+SAO+MAIS+INTELIGENTES.html

Dados da CIA: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ensaios para o comunismo - Parte II

Na postagem anterior, vimos que a distribuição de terras rurais para a coletividade não é nenhuma brastemp. Pois agora vou falar sobre produção, distribuição de riquezas e suas implicações. Numa sociedade comunista, todos produzirão e terão a mesma riqueza!!!

Sobre a geração de riquezas, há pelo menos três correntes no comunismo. A primeira, sugere que cada um exerça suas atividades: o pintor, pinta; a costureira costura; e assim por diante. A segunda, propõe que a riqueza seja dividida com quem não tem. A terceira, sugere uma empresa coletivizada, onde tanto o administrador quanto o empregado recebam salários iguais e que todos possam participar das decisões referentes à empresa!!!
Seguindo a primeira sugestão, já encontraremos alguns obstáculos. O que acontecerá se a costureira necessitar de mão-de-obra??? As saídas prováveis são: novas costureiras surgirão no "mercado" (essa palavra será proibida numa sociedade igualitária, mas na falta de outra melhor...), amenizando a carga de trabalho dessa costureira; ou ela empregará novas costureiras. Se a primeira alternativa acontecer, surgiria uma concorrência entre elas (ih, lá vem bomba....). Na melhor das hipóteses, a quantidade de costureiras no "mercado" aumenta proporcionalmente ao aumento da demanda por seus serviços, ou seja, se a demanda por costura aumenta três vezes, então surgirá no "mercado" mais duas costureiras, assim, a primeira costureira não ficará no prejuízo, pois continuará trabalhando e lucrando a mesma coisa que antes. Mas sabemos que isso é tão improvável quanto uma moeda ficar de pé sobre a mesa. Elas não lucrarão a mesma coisa, pois um aumento na demanda de 50%, por exemplo, exigiria uma costureira e meia para atender isso. Alguém já viu meio ser humano passeando por aí??? Se você considerar um anão como meio ser humano, então está considerando que sua renda deve ser a metade da renda de uma pessoa de estatura normal. No final das contas, uma costureira acabará com mais dinheiro que a outra (para não falar "uma ficará mais rica que a outra").

Se a segunda hipótese for posta em prática, então a costureira deverá empregar mão-de-obra. Para não fugir dos mandamentos do comunismo, ela terá que dividir seus lucros com os empregados. Nada mais justo...ou não??? Sim, seria, se as novas empregadas investissem nos bens de produção que devem ser adquiridos. Elas deverão investir, com a mesma quantia de dinheiro, em mais espaço, em mais máquinas de costura e nos demais materiais necessários. Se isso acontecer, ótimo, caso contrário, a infeliz "primeira-costureira", além de trabalhar como as demais, irá investir sozinha nos novos bens de produção e ainda dividir todo o seu lucro em igualdade com suas empregadas. Onde estaria a igualdade nisso???

Sobre aquela segunda sugestão, de dividir a riqueza com quem não tem é ainda mais complicado – ou mais simples, dependendo da análise. E se "aquele que não tem" não quer trabalhar, ou não se esforça tanto quanto "aquele que tem"??? Esse último deve dividir a produto de seu trabalho assim mesmo??? Sem falar que profissionais diferentes terão lucros diferentes. A costureira de antes pode lucrar mais que o encanador porque seus serviços são mais solicitados; nesse caso, a costureira deve dar seu excedente para o encanador??? Melhor seria se ela desse dinheiro para o encanador, e o encanador a devolvesse para ela quando estiver numa situação melhor, SE ficar numa situação melhor. À medida que aumenta a quantia de emprestadores e tomadores de dinheiro, precisaremos um sistema bancário, onde o banqueiro cobrará uma taxinha em cima para poder ganhar alguma coisa. "Taxinha bancária" parece coisa do capitalismo, mas...

Quanto à terceira sugestão, de que todos ganharão o mesmo salário e que todos participarão das decisões da empresa, acho que o primeiro ítem já foi respondido na segunda hipótese da primeira sugestão. Então vou ver o segundo item. Se a empresa crescer, não haveria espaço numa sala de reuniões para todos, tanto é que num acordo entre patrões e sindicatos, típico do nosso sisteminha, apenas meia dúzia de sindicalistas vão negociar nas empresas, representando centenas ou milhares de trabalhadores, sem falar que numa reunião com dezenas de pessoas haveria miríades de discordâncias, levaria muito tempo para fecharem um acordo. Para tornar o negócio mais prático é que existem os sindicatos, creio eu!!!

Mas claro, esse inconveniente só acontece em grandes empresas, e não em pequenas, como é o ideal comunista, em que todas as empresas serão pequenas. Mas o próprio talento do trabalhador ou a demanda por seus serviços podem ocasionar o aumento da empresa. A Microsoft, por exemplo, não saiu de uma garagem porque seus idealizadores simplesmente tiveram o mesquinho desejo de serem maiores que os outros. Seus idealizadores foram inovadores, as pessoas adoraram seus produtos e não havia outras empresas que fizessem algo igual. No final das contas, hoje a Microsoft é quase um monopólio. Se tiver cem pequenos fabricantes de bicicletas, todos em iguais condições de produção e de dinheiro, inevitavelmente um fabricará um produto melhor que o outro, ou um fabricará um produto cuja cor é preferível que a outra, ou um estará localizado num ponto de maior densidade demográfica, enfim, todas essas cem fabriquetas sairão do mesmo ponto de partida, mas inúmeras variáveis farão uma se destacar mais que as outras, ocasionando o seu crescimento!!!

Sim, os homens são iguais, porém, suas vocações e talentos são diferentes. Sem falar que as propostas de uma sociedade comunista são muito simplistas se comparadas com a complexidade existente numa sociedade populosa como a nossa. Mas não percamos as esperanças, pois existem soluções para a justiça social. Entrarei em detalhes sobre isso em breve!!!

Ensaios para o comunismo - Parte I

A partir dessa postagem, vou dar início aos preparativos para transformar essas sociedades injustas e perversas em que vivemos em um lugar onde todos viverão em igualdade. E para começar, vou dar cabo nas propriedades privadas rurais, de onde sai nosso alimento. Como seria o nosso mundo se não existissem propriedades rurais privadas???

Sabemos que há grandes latifundiários cujos antepassados arrancaram enormes nacos de terra de índios e de pequenos povoados, ou simplesmente se apossaram de uma área vazia, então, nada mais justo que coletivizar essas terras. Transformar essas áreas em propriedades coletivas até que seria fácil, mas mesmo assim, haveria complicações que poderiam comprometer esse sonho!!!

Antes de mais nada, o governo (socialista) deverá realizar um censo demográfico para saber, além do total de população, as áreas destinadas a agricultura, às florestas e exclusivamente para moradias e assim, distribuí-las adequadamente. E como a história nos mostra, é necessário que as pessoas que ocuparão essas áreas agrícolas entendam de agricultura. Se faltar agricultores, ensinem aqueles que não são e que estejam dispostos a serem. Quanto à distribuição de terras, seria necessário dividir as terras adequadas para a agricultura pelo total de habitantes que saibam lidar com a terra. Tudo resolvido??? Ainda não!!!

Se a população aumentar, será necessário mais espaço, e espaço não nascem junto com as pessoas. Ou as pessoas se acotovelarão uma nas outras com o passar do tempo, ou serão obrigadas a invadir áreas florestais ou as terras dos outros. Talvez a solução fosse um controle da natalidade. Dois filhos para cada casal. Agora entramos numa seara imprevisível, implanejável. Se nascessem um homem para cada mulher, estaria resolvido, mas haveria aquela disputa "eu quero me casar com ela", "não, eu vou me casar com ela". Com as mulheres seria a mesma coisa. Mas na base da coerção e da resignação, tudo se resolveria, mas isso apenas se nascesse um homem para cada mulher (ou vice-versa), algo mui improvável. Nesses casos, a solução seria a mono, bi, tri ou poligamia, de tal modo que cada adulto tivesse uma criança e que tanto o homem quanto a mulher teriam atividades potencialmente iguais, ou seja, tanto um quanto o outro podem plantar, podem cozinhar, lavar a louça, cuidar dos filhos, etc...acho que resolvemos. Ou não!!!

E a quem pertencerá as melhores terras??? Sim, a quem pertencerá as melhores terras??? Mais uma perguntinha para atormentar nosso idealismo: a água da vertente ou do rio será suficiente para irrigar um certo lote de terras ou apenas um pedaço desse lote será contemplado com o precioso líquido??? Se fizer isso – o que, ao meu ver, seria a única solução – quem receberá o prêmio??? Essa questão é motivo de desavenças e até de mortes no nosso sisteminha, mas não vejo uma solução melhor nos outros sistemas. Sim, terras não são todas iguais, não tem a mesma produtividade e nem os mesmos recursos hídricos. E recursos hídricos são tudo. Dizem que em Cuba, as terras agrícolas são "de todos", só gostaria de saber como isso está sendo administrado, pois como vimos, não é muito fácil!!!

Nem vou falar da evidente vantagem da mecanização do campo, tão próprio do nosso sisteminha, que apesar de expulsar a mão-de-obra no campo, é a responsável pelo aumento na produção de alimentos, tão necessária nas vésperas do nascimento do 7.000.000.000º ser humano!!!

Após isso, só posso concluir que o principal problema talvez seja a falta de controle da natalidade, e é claro, a diferença entre as terras que implica numa questão a ser respondida: se todos os homens são iguais e as terras são diferentes, quem merece as melhores terras???