sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Se eu defendesse trabalhadores...!!!

Como devem ter notado, meu perfil ideológico meio que oscila entre centro-direita à extrema-direita, dependendo do ponto de vista do leitor. Para um membro do PCO, por exemplo, eu sou de extrema-direita, meio que um Heinrich Himmler ávido por exterminar grevistas. Para um petista, seria eu um tucano enrustido acalentado pelos brados de "privatize já". Seja qual for o ângulo e a distância que minhas opiniões políticas são observadas, sempre sou visto como um inimigo dos trabalhadores pelo simples fato de "mim" ser um anti-esquerdista, o que é um julgamento injusto, vamos combinar!!!



Como trabalhador anti-esquerdista, me preocupo com minha situação e dos demais. Também quero mais e mais direitos trabalhistas, mais e mais dinheiro no bolso e uma aposentadoria precoce e muito bem remunerada. Afinal, também sou trabalhador. Mas penso um pouco diferente dos trabalhadores (quando são) de esquerda, pois sei que vivemos num ambiente onde os recursos são limitados, aliás, todos nós sabemos disso, mas não associam isso com aquilo. Afinal, o que meu trabalho tem a ver com isso?


Como trabalhador, o que eu exigiria:


1) Dois meses de férias por ano, remuneradas, e mais aquele 1/3 do salário sobre elas.

2) Um automóvel zero a cada cinco anos, sendo que nos quinquênios seguintes apenas troco o carro anterior por um novo.

3) 13º salário em julho e 14º em dezembro

4) Aposentadoria com 25 anos de serviço.


Entre outros direitos...


Alguém já pensou em ter tudo isso? Só há um problema: de onde a empresa vai tirar dinheiro para tudo isso? Se não se convenceu porque empresário sempre tem dinheiro, então vamos a um exemplo mais próximo: sua faxineira. Vamos supor que além do salário normal da sua faxineira, terá que pagar FGTS, 13º, férias remuneradas com um terço a mais do salário, etc...etc...Merecido, eu diria, mas...e se você não tiver dinheiro para bancar? Note que não se trata de uma má vontade ou ganância do patrão (no caso, você) em não querer pagar, mas uma questão de não poder pagar. É aquela velha diferença entre querer e poder!!!



No caso da empresa, para atender essas mínimas exigências que fiz, ela terá que demitir alguns funcionários, pelo óbvio motivo que a empresa terá que usar o salário dos demitidos para cumprir os justos direitos de quem ficou. Como se a perfídia não fosse suficiente, o próprio desemprego afetará negativamente o salário dos felizardos que ficaram. É aquela história ironicamente lembrada por quem defende tudo isso: "se não aceita trabalhar por esse salário, tem quem aceite". Tem quem aceite graças aos intrépidos defensores de que todo o direito trabalhista é pouco!!!



Mas então, devemos perder férias, trabalharmos feito escravos? Eis minhas propostas:


1) Aumentar a produtividade. Um conceito quase desconhecido entre sindicalistas. A única menção a isso que ouço deles é para justificar uma redução na jornada de trabalho!!!


2) Acabar com o FGTS. Isso mesmo, acabar com o FGTS. Há uma diferença entre FGTS e aqueles 8% que são depositados. Esses 8% deveriam vir junto com o salário, não junto com o vencimento, mas em uma conta em separado na folha de pagamento, algo como "ex-FGTS". Esse dinheiro, é bom lembrar, deve ser depositado em algum investimento de sua preferência. Hoje, o único investimento que o trabalhador conhece é a poupança, o pior dos investimentos, se é que dá pra considerá-la como tal, mas com essa medida poderão surgir novas formas de investimento. Mesmo a famigerada poupança rende o dobro - O DOBRO - do FGTS e pode sacar o dinheiro quando quiser, e não esperar oito anos mais o mês do aniversário para isso, ou ter que provar que precisa sacar o dinheiro antes desse período. O FGTS é autoritário, ditatorial, é uma punição para o trabalhador maliciosamente chamada de "direito".



3) Pagar o 13º durante o ano, em parcelas mensais. Caso seu salário acabe antes do dia de pagamento, talvez peça emprestado ou paga quando receber ou então usa o cartão de crédito. Então, façam o seguinte teste: veja quanto gastará por esses meios, ou seja, quanto do salário do próximo mês terá que usar para quitar essas dívidas. Agora, divida o valor do seu salário por 12. Esse último resultado é o que ganhará a mais por mês caso receba o 13º parcelado mensalmente. Agora use esse valor e diminua com o que ficará devendo no próximo mês. Se o resultado for positivo, então isso resolverá o seu problema, caso contrário, ficará menos endividado. Afinal, o 13º não será usado justamente para isso, para pagar as dívidas acumuladas no ano, e com juros, caso tenha feito empréstimos no banco?



No momento, são só essas minhas propostas para defender os nossos direitos de forma sustentável. Se bem que não entendo porque centrais sindicais e 13 anos de um governo esquerdista nunca mexeram um dedo para adotar só essas três medidas que têm tudo para dar certo. Por quê???




quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

É de matemática, não de realidade

BRASIL É O SEGUNDO PAÍS COM MENOR NOÇÃO DA PRÓPRIA REALIDADE, APONTA PESQUISA.



Essa é a manchete do Folha de São Paulo do dia 06/12 e com replicação quase perfeita em outros órgãos nacionais e representantes do exterior.


Eis a lista completa


Pelo que li nessas matérias, não é exatamente uma falta de noção da realidade, mas de noção matemática ou de sua aplicação no dia-a-dia. Usemos um parágrafo do jornal alemão Deutsche Welle, edição nacional.

Quantas garotas de 15 a 19 anos engravidam no Brasil? Os brasileiros acreditam que 48% dão à luz, mas os dados oficiais mostram que são apenas 6,7%.

Se eu perguntar para um cidadão que prefere passar o tempo jogando baralho ao invés de ler a Folha, o DW ou o Jornal Nacional se metade das garotas de 15 a 19 anos estão ou estavam grávidas, certamente diria que não, que isso é um exagero; mas se eu perguntar qual é a proporção de meninas grávidas, talvez diga algo em torno de 48%. Falta de noção de porcentagem, não da realidade.



Em seguida...

Quando questionados sobre quantos estrangeiros compõem a população carcerária do país, os brasileiros em média disseram acreditar que a taxa chega a 18%, mas o número oficial é 0,4%.

Aí já complica um pouco, pois nem mesmo eu sei a proporção aproximada, até porque nunca li nada sobre isso em parte alguma, nem na Folha, nem no DW. A única coisa que posso dizer com certeza é que a quantidade de estrangeiros presos é ínfima. Talvez as pessoas que responderam "18%" também acham isso, mais ainda, talvez até se surpreendam que há estrangeiros presos no Brasil "mas se tem estrangeiros presos, deve ser uma minoria de 18%", diriam. Matemática, não realidade.



Essa é ainda um pouco mais complicada:

O mesmo se repete com os homicídios. Quando questionados se acreditam que a taxa de homicídios é mais alta no país hoje do que em 2000, 76% afirmaram que sim. Mas, segundo o instituto, a taxa, apesar de alta, é a mesma – cerca de 27 homicídios por cada 100 mil habitantes.

Na média, houve um parelhamento entre o número de homicídios nesse período, mas entre cidades e estados, varia muito. Na maioria dos lugares, os índices aumentaram, mas em outros diminuíram. Eis uma matéria a respeito: (matéria a respeito).


A cada cem mortes de mulheres de 15 a 24 anos, quantas foram causadas por suicídio?

E aí, responda. Chute um percentual baseado nas suas observações ou informações e responda. Certamente não irá acertar o percentual exato, mas uma margem de erro de 10% é aceitável.



O problema do brasileiro, pelo que li nas matérias, não é a falta de noção da realidade, mas de noção de matemática. Se considerarmos  o pouco apreço que essa disciplina tem no Brasil, convenço-me definitivamente que é isso mesmo.



segunda-feira, 20 de novembro de 2017

(Necessito de tradutor...)

Olá!


Necessito de tradutores para algumas postagens minhas. Vi que a origem de alguns leitores (ou é outra coisa, não sei ao certo) é de outros países, talvez leitores brasileiros de outros países. De qualquer modo, quero fazer essa experiência: transcrever algumas postagens em inglês. Como sou um semi-analfabeto nesse idioma, tão semi-analfabeto quanto foram nossos avôs, para quem nosso idioma era como o inglês hoje, venho encarecidamente pedir vossa ajuda. As únicas exigências que faço é não discordar da postagem a ser traduzida e que entenda tão bem o português que consiga traduzir o que eu escrevo, o que não deve ser muito fácil.


Como não recebo nada para postar, também não vou pagar nada para quem traduzir, mas além das credenciais do tradutor, colocarei qualquer outra informação que lhe possa ser útil (como telefone de contato, etc...) caso deseje.


Interessados podem se manifestar nos comentários ou mandar um e-mail para edenfagundes@yahoo.com.br.



sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Todos estudamos em escolas públicas

Redefina alguns padrões, e sua forma de ver e de pensar mudará. Se os responsáveis pela nossa forma de pensar nos ditarem que um cantor medíocre tem um grande talento musical, com o tempo, passaremos a acreditar que de fato ele tem um grande talento ou mudaremos nosso conceito de talento. As gerações seguintes certamente serão afetadas por essa mudança, pois aquilo que não engana os pais pode enganar os filhos e netos. Seria irônico, se eu não acabasse de explicar, que essas mudanças costumam vir das escolas, começando pelo próprio conceito que damos a elas: escola pública e particular!!!


A escola privada é chamada de escola particular e escola estatal é chamada de pública. Qual a diferença e por que chamei elas assim? Entre as palavras privadas e particular, quase não há diferença. Recorrendo a "dicionáriosna internet, vi (e você também pode ver) que um dos significados da palavra"particularé justamente "Que é exclusivo de alguns", e aí surgem exemplos como a palavra "privado". Como pessoa jurídica, a escola particular pode e deve ser considerada privada por ser um termo que melhor define esse tipo de estabelecimento (veja a quantidade de significados da palavra particular); mas como instituição, ela é necessariamente pública. Isso porque a escola, apesar de ser chamada "particular", não é restrita aos familiares ou convidados do seu proprietário, que seria uma situação que melhor definiria essa palavra, ao contrário, a imensa maioria dos alunos são pessoas estranhas ao proprietário, que nunca as viu e nem verá. Como a ingressão a esse tipo de ensino é mediante pagamento, isso faz da escola privada menos pública que a escola "pública", ainda assim, pública!!! 


Se ainda não ficou claro, usarei um exemplo mais definitivo: a sua casa é uma propriedade particular. Não é qualquer sujeito que entra, mesmo mediante pagamento. Apenas pessoas convidadas ou autorizadas podem passar pelo portão. A Casa das Glamourosas é pública, mas privada, pois qualquer um pode entrar, mas mediante pagamento; já a Casa da Mãe Joana é pública, sem restrições, mas não é estatal!!!


E a tal escola pública? Esse já é um caso mais dramático, digamos assim. Como a escola privada também é pública, embora menos pública, então como devemos chamar a escola pública? Chamá-la pelo que ela é: escola estatal. Agora meio que perdeu aquela aura de inclusão, de instituição democrática e isenta que ela desfrutava e passou a ser uma empresa estatal qualquer, enquanto a escola "particular" sempre foi vista como sempre foi: uma empresa. Ah, mas a escola agora privada ainda objetiva ao lucro, não é? Sim, até porque é necessário pagar professores e materiais muitas vezes de qualidade superior aos das escolas agora e sempre estatais. De onde vem o dinheiro para pagar (mal) professores e materiais se ninguém paga pelo ensino? Do governo, dirão, mas e de onde o governo tira dinheiro? Descubra!!!


Essa pequena mudança nos termos que fiz não é uma invencionice, mas fatos, nada além de fatos e do óbvio. Quantas pessoas se deixam impressionar porque tiveram um ensino supostamente democrático por causa desse inocente mau uso desses termos???


E então, você estudou numa escola pública ou particular???

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Faça um ótimo negócio!!!

Em tempos de crise como esse que estamos vivendo, fazer um ótimo negócio é uma necessidade, em verdade, seria um bom, não ótimo negócio. Em períodos bons, de "vacas gordas" (não sei quando uma expressão é regional ou não), um ótimo negócio é sempre isso: um ótimo negócio.


Então, quer fazer um ótimo negócio? Dar-te-ei apenas uma dica: compre uma casa na praia por apenas 30% do seu valor, não mais que 50%, mesmo que o dono não queira vender. Aí começa a discussão. Siga os passos:



(Ele): O quê?! Tá louco de cabeça, você? Desde quando venderei minha casa por apenas 30% do valor?


(Você): Ora, não está antenado não? Por causa do aquecimento global, o mar está subindo e logo entrará na sua casa. Então é preferível perder 30% que 100% do imóvel, não é?


(Ele): É, e eu mesmo venho alertando sobre isso, até vejo que o mar avançou um pouco, mas porque vou vender por 30% do valor se posso vender por 100% ou até mais?


(Você): Talvez para os poucos negadores do aquecimento global, mas a maioria, com consciência ecológica e científica, sequer comprará essa casa (e já estou avisando os negadores a não comprarem essas casas por 100%).


(Ele): Mas eu não posso vender por um preço tão baixo...


(Você): Então, não adianta me ligar quando o mar estiver alcançando o seu portão. Passar bem.


Se o(a) dono(a) não ceder, apesar de sua crença inabalável na "ciência", então explore essa contradição até ele(a) ceder, caso contrário, exponha a hipocrisia dele por não levar a sério aquilo que prega. Caso a negociação continue...


(Ele): Ei, espera, façamos o seguinte: vendo por 50%, certo? Aí eu perco metade e você também. É justo.


(Você): É justo, mas eu não estou precisando dessa casa. Só quero comprá-la porque posso pagar uma bagatela por ela. Caso contrário, fique com ela e espere pelo pior. Quem tem o poder de barganha aqui sou eu.



E aí, você pode conseguir uma casa na praia por menos da metade do preço, ou comprar três casas na praia pelo preço de uma e ainda sobrar dinheiro. Mas se tiver precisando dela ou ceder fácil, mesmo tendo a faca e o queijo na mão, pagará 50% pela casa, mas não ofereça mais que isso. Se preferir, revenda-a para algum negacionista que não tenha lido essa postagem ou para alguém que no fundo não leva a sério aquilo que prega por 100% do valor.


Um ótimo negócio para você.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Por que há menos X em Y?

Por que há poucas mulheres na política? Por que há poucas ou nenhuma negra nos concursos de beleza de clubes de piscina? Por que há proporcionalmente muitos asiáticos nas universidades? Talvez já tenha feito para si e para outros essas perguntas, mas tirou conclusões parcialmente verdadeiras ou como se completamente verdadeiras fossem, pois ignorou alguns procedimentos estatísticos básicos!!!


Vamos usar o primeiro exemplo: para ser eleita(o), é preciso se candidatar. Para se candidatar, é preciso filiar-se a um partido político; e para tanto, é preciso apenas ser cidadão. Todos nós somos cidadãos, logo, todos nós podemos nos filiar a partidos políticos. Depois de cumprida essa primeira fase, é preciso ter vontade pessoal para se filiar a um partido, preencher formulário de inscrição e tudo mais. Superada essa difícil fase, resta a aceitação do partido, a menos que o partido ofereça barreiras pouco usuais para restringir suas filiações, como, por exemplo, não aceitar mulheres negras. Existe algum partido com tal exigência? Depois dos tapinhas nas costas pelo ingresso no partido, tente se candidatar. Depois, vem a parte difícil: se eleger. Um procedimento semelhante podemos aplicar a candidatas negras em concursos de beleza de clubes de piscina, embora sabemos que o processo aí é, digamos, menos democrático!!!


Explicarei melhor sobre isso no meu outro blog, o Estatística Reflexiva. Quando fizer isso, colocarei aqui o link correspondente!!!



Vamos aos cálculos, usando dados do IBGE e do TSE:



As mulheres representam, aproximadamente, 52% da população com mais de 21 anos (idade mínima para se candidatar ao legislativo); os homens, claro, os 48% restantes. No entanto, elas representam 44% das filiações partidárias. De 52% da população, passaram para 44% das filiações partidárias. Para um melhor julgamento disso, recomendo a leitura desse artigo e desse, que por coincidência, fazem referência a uma deputada federal!!!


Agora começa a parte interessante: dos candidatos da última eleição (2016), havia apenas 31,31% de candidatas mulheres, contra os 68,69% restantes de homens. De 52% da população, passaram para 44% das filiações partidárias, e para 31,31% das candidaturas. Apesar desse constante declínio no processo de eleição das mulheres, esperemos que ao menos na fase final - a eleição - o percentual de mulheres esteja próximo desses 31,31%, de preferência, superior a isso, não é mesmo? Hmm...Desses 31,31% de candidatas, apenas 13,43% foram eleitas, ou seja, menos da metade das candidatas foram eleitas. Ignoro aqui, a questão do coeficiente eleitoral, pois uma coisa de cada vez!!!


Machismo, Manoela? Claro que não, Manoela, até porque pouco mais da metade dos eleitores são mulheres. Se todas as candidatas eleitas recebessem apenas os votos de todas as mulheres, elas seriam ao menos as campeãs de votos. Como isso não aconteceu...!!!


E sobre os orientais nas universidades? Dizem por aí que eles representam 20% dos estudantes nas universidades federais contra 0,7% da população. Isso também depende do processo: proporção na população, seguido de proporção na inscrição (no caso, no vestibular), depois da proporção na classificação do vestibular, e por aí vai. Notem em todos os casos citados, há as proporções em cada etapa, que veremos com mais detalhes no meu outro blog!!!


"Mas e o preconceito? Se esqueceu disso?" O preconceito deve estar aí, escondido em algum lugar sob esses processos!!!


Uma análise fria dos números, como já afirmei em postagens anteriores, é necessária para a formação de nossas opiniões. É tão importante para tal que até criei um blog exclusivo para isso!!!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

E essa tal de meritocracia...???

Meritocracia existe ou não existe? Essa é uma dúvida que atormenta a comunidade internética e além, causadora de pequenas celeumas que podem resultar desde uma dor de barriga por nervosismo até em divórcios. O que mais leio por aí são pessoas afirmando que meritocracia não existe, usando provas incontestáveis como a foto de pessoas faveladas, numa tentativa de parecer irônica, afirmando que elas estão assim porque não se esforçaram o bastante; ou mostrando notícias de indicações políticas baseadas no apadrinhamento, não nos méritos. Essas situações, dizem, comprovam que meritocracia não existe!!!



Mas o que seria essa tal meritocracia? Basicamente, é um conceito na qual as posições cobiçadas são ocupadas por pessoas que satisfaçam os requisitos exigidos, normalmente adquiridos peloesforçoou por vocação. Como não há posições privilegiadas para todos (e por isso mesmo são privilegiadas), haverá uma concorrência entre os candidatos, onde o(s) mais apto(s) vence(m). Uma exceção à regra são as notas escolares, onde todos podem tirar a nota máxima, não havendo, portanto, disputas pela nota entre os alunos/concorrentes, apenas a necessidade de cumprir as exigências para alcançá-la, que é acertar todas as questões. Exemplos de concorrência e meritocracia não faltam: alcançar a linha de chegada antes dos demais, conquistar o primeiro lugar no Brasileirão, conseguir a vaga no concurso público (algo bem brasileirão) ou ganhar a faixa de rainha dos concursos de beleza. E as corridas presidenciais? Também vale. E os nossos gostos e preferências? Sim e sim, respectivamente!!!



O motivo de tanta inquietude com o tema é que, em diversos casos, a situação dos concorrentes é desigual, devido principalmente às desigualdades sociais ou à escolha de pessoas que não satisfazem as condições exigidas. Há também o excesso de exigências ou exigências absurdas que dificultam uma concorrência honrosa. Essas situações aparentemente desmerecem a meritocracia a ponto de pessoas declararem que ela não existe. Bem, sobre a inexistência, que tal trocarmos essa palavra por ausência? Podemos dizer que a meritocracia é ou está ausente em determinados casos, mas não que ela inexiste, como veremos!!!



Quando o mais apto é o escolhido para uma posição privilegiada, podemos dizer que meritocracia existe, não importando se para tanto se esforçou muito, pouco ou teve alguma vantagem material, social ou genética. É o caso de nossas preferências. Conquistar a sua, a nossa, preferência é o objetivo de diversas empresas a ponto delas se estapearem entre si. Muitas oferecerão seus produtos, mas só um ou dois deles nos agradarão, e nunca paramos para pensar sobre os privilégios ou as dificuldades que essas empresas tem para elaborar esses produtos. A dona-de-casa não quer saber se a empresa que fabrica seu sabão em pó favorito tem alguma vantagem sobre as demais, e por isso pode oferecer um produto de qualidade superior. Quando procuramos um profissional – digamos, um médico – optamos pelo melhor, sempre que possível. Mesmo que nos perguntemos (e nunca fazemos isso) se o tal profissional é melhor porque sua família teve condições para financiar seus estudos, não trocamos seus serviços pelos de um profissional menos qualificado que teve uma infância pobre. Alguém já fez isso???



A concorrência é desigual, é injusta? Sim. É como uma corrida de São Silvestre: tem os corredores profissionais – que serão os vencedores – e aqueles que não correrão cem metros, e há aqueles que só ficarão olhando, mesmo assim a Corrida de São Silvestre é válida, não há privilégios e nem é criticada pela disparidade entre os competidores. O ideal é que todos tivessem as mesmas condições, como numa corrida profissional, mesmo assim, haverá apenas um, dois ou três vencedores, os demais perderão – MESMO QUE TODOS TENHAM AS MESMAS CONDIÇÕES e se esforçaram muito para chegar lá. As condições sociais que favorecem os mais ricos ajudam, mas só isso não faz deles os vencedores. Acho que todos já tiveram algum coleguinha rico, mas que não dava a devida atenção para os estudos, o que lhe valia notas baixas!!!



Outro caso citado para provar que a meritocracia não existe são as indicações profissionais baseadas não no mérito, mas por algum tipo de apadrinhamento, o famoso Q.I.. Isso é ausência de meritocracia, não sua inexistência. O resultado da opção pelo Q.I. não é benéfica para a empresa justamente porque não foi baseada no mérito, aliás, o próprio uso do acrônimo ironiza a ausência da meritocracia, indicando que ao invés do Quociente de Inteligência, temos o Quem Indica!!!



Mas e os favelados do exemplo citado no começo? Eles assim são porque não se esforçaram o suficiente? Primeiro, o esforço é a condição última, não a primeira, para se sobressair sob os princípios da meritocracia. O esforço deve ter uma direção, um objetivo, e só usado quando as demais exigências forem cumpridas, caso contrário, a pessoa se esforçará muito, mas obtendo resultados insatisfatórios. O esforço seria o resultado de ineficiência, não de dedicação. A princípio, uma das causas da favelização é justamente a falta um objetivo maior dos mais pobres, talvez por reconhecerem que não terão chances contra pessoas com melhores condições ou a própria falta dessas condições. Não se trata de uma derrota, mas de não concorrer, e quem não concorre... !!! Uma outra causa são as exigências (ou regras, numa linguagem de jogo) descabidas, típicas de nossa burocracia insana. Quanto mais e descabidas regras, maisperdedores teremos!!!



Meritocracia, portanto, existe, mas está ausente em diversas situações. E sim, você não apenas está sujeito às regras do jogo sob condições meio injustas, mas também faz o jogo, faz empresas brigarem entre si para te oferecerem os melhores produtos e serviços, não te interessando suas condições de produção. A meritocracia pode ser injusta, mas nesse sentido, você também é. Todos somos!!!


sexta-feira, 21 de julho de 2017

O Cientista e a Petrolífera!!!

Esse é minha quinta postagem desse ano. Como disse postagens atrás, estou ficando monotemático, o que é inadmissível para um blog que se comprometeu a falar de diversos assuntos. Mas voltei para falar de um assunto que já escrevi várias vezes, que é sobre o suposto aquecimento global supostamente causado pelo homem. Não vou falar do tema em si, mas de uma das falácias mais propaladas sobre o assunto, muito usado por especialistas em replicagem de opiniões de redes sociais: que todo o cientista cético ou "negacionista" é financiado pelas indústrias petrolíferas. Uma única falácia que diz muito sobre quem a profere!!!


Primeiro, uma análise praxeológica. Os acionistas, diretores, presidentes e demais representantes das tais indústrias petrolíferas, experts em analisar riscos e investimentos de curto e longo prazo, decidem continuar ganhando alguns milhões de dólares por ano mesmo sabendo que perderão muita coisa com essa decisão devido às conseqüentes mudanças climáticas. No outro lado da negociata, estão alguns cientistas, ainda mais cientes das conseqüências das mudanças climáticas, e que mesmo assim, aceitam alguns milhares de dólares por mês para dar continuidade ao processo que irá acabar com o padrão de vida deles e de seus familiares. Pessoas com um Q.I. acima de 80 fariam esse tipo de negócio? Acho, só acho, que não. Se até eu, com um Q.I. de 82, consigo ver o mau negócio nisso, onde ambos sairão perdendo no futuro, por que eles não enxergariam isso? Não seria ganância, mas estupidez, Estupidez de pessoas reconhecidas pela sua inteligência???



Segundo, sobre o mercado de petróleo. Todos sabemos que o petróleo não é fabricado pelas indústrias petrolíferas, mas extraídos por elas ou por empresas estatais em algum país. O interesse dessas empresas não é o petróleo em si, mas o combustível que extrairão dele, não interessando muito a fonte. Pode ser até a cana-de-açúcar (vejam o caso da Raizen). Se for descoberta uma nova fonte de combustível, lá estarão as indústrias petrolíferas para produzir, vender e devolver o petróleo à inutilidade. Na etapa anterior da cadeia produtiva dos combustíveis estão sheikes árabes, os países exportadores de petróleo e seus governos que dele se lambuzam. Esses sim serão os verdadeiros perdedores da substituição do petróleo por alguma fonte de energia limpa. Caso esses agentes raciocinem como nossos analistas climáticos formados na universidade de O Mundo de Beakman, entrariam num dilema: se continuarem vendendo petróleo, vão se ferrar no futuro por causa do aquecimento global; se pararem de vender, se ferrarão no presente. Mas como não devem ser tão inteligentes, continuam vendendo sua maior fonte de riqueza sem se preocupar com o amanhã. Sendo assim, por que eles não estão corrompendo os cientistas burros para negarem o aquecimento global? Faria muito mais sentido que eles, não as tais indústrias, banquem as serpentes persuasivas que nos levarão à perdição!!!



E por fim, há um leve odor de anti-capitalismo no argumento. A própria dúvida que levantei acima pode ser explicada por isso. Quando falam em "indústrias petrolíferas", certamente eles têm em mente uma Shell, ou uma BP ou uma Esso como vilãs do nosso futuro. Será que incluem aí a Petrobrás, por exemplo: a estatal do setor estratégico (e aquecimentista), o sonho de emprego de muitos jovens brasileiros, o orgulho nacional, a diferentona? Pelo menos, a pobre Ipiranga não precisa responder por transformar a Terra numa Water World sem Kevin Costner!!!



Deveria ter voltado a falar sobre o assunto desde o murmurinho que a recusa de Donald Trump em não ter assinado o tal Acordo do Clima causou e que fez o assunto voltar à baila, mas o caso é que me esqueci que tenho um blog para atualizar de vez em quando!!!




quarta-feira, 5 de abril de 2017

Produtividade, nossa salvadora!!!

O Brasil é um país abençoado de problemas de todas as matizes, com várias causas, sendo que algumas delas seriam consequências de outras causas que também são consequências de outras causas, num encadeamento de causa e efeito até chegarmos à causa-mestra de tudo. Atribuem a criminalidade à pobreza, que por sua vez, seria o reflexo da concentração de renda, que por sua vez seria consequência de outra consequência até chegarmos na tal causa-mestra que, especulo, dirão que é a corrupção. Em algum lugarzinho apertado nessa cadeia de causas e efeitos, eu incluiria uma tal de produtividade, conceito, termo, palavra, expressão tão desconhecida pelo sociólogo sindicalista que denuncia o aumento do trabalho e a redução dos salários nas últimas décadas. Se ao menos substituísse nos seus estudos a palavra "elite" por "baixa produtividade", levaria-o a sério!!!



Ah, sim, me esqueci que talvez não saiba do que se trata isso, já imaginando um exército de mão-de-obra semi-escrava chinesa à beira da exaustão embalando iphones em velocidade cinco. Ou talvez um pequeno exército de moleques africanos carregando pesados fardos de cacau, enquanto sentem a dor de chibatadas no lombo. Ou qualquer outro martírio para suprir a enorme demanda por camisetas do Che Guevara ou máscaras do V para protestos contra o fim dos direitos trabalhistas, sei lá. Esclarecendo: produtividade não é simplesmente produção ou produção a qualquer custo. Produção, como posso dizer, é a produção em si, a quantidade de produtos produzidos. Ex: foram produzidas 5.000 camisetas. Produtividade é - usando o exemplo anterior - a quantidade de camisetas produzidas por pessoa em um determinado período sem acréscimo de esforço físico ou mental. Um exemplo pessoal: minha esposa queria fazer tortas em casa para vender, mas ela ainda não tinha a prática e muito menos um lugar adequado para fazê-las, por causa disso, imagino que ela faria apenas uma torta por dia, considerando que houvessem vários pedidos. Quando ela adquirir mais prática, mais experiência e um lugar adequado, talvez consiga fazer duas tortas por dia, ou seja, sua produtividade aumentará. Sem aumento de esforço físico, ganhará duas vezes mais. Agora, imaginem se ela contrata mais uma pessoa para ajudá-la; se essa pessoa já tiver a mesma experiência, então a produção passará para quatro, ou até mais, tortas por dia. Quanto mais tortas produzidas por pessoa, mais dinheiro, e tortas garantidas para todos!!!



Simples, não? Notem que bastam algumas mudanças simples, às vezes tão somente acabar com a bagunça de um ambiente, deixar as coisas nos lugares certos, e até um ar-condicionado no ambiente, para a produtividade aumentar, e entrar mais dinheiro no bolso, e deixar o consumidor satisfeito. Porém, não é isso o que acontece no Brasil como um todo: é como se os instrumentos de trabalho estivessem largados em algum lugar, quebrassem ou estragassem facilmente, ou os móveis estivessem fora do lugar, atrapalhando a passagem das pessoas, ou algum zé-ruela insistir com alguma cobrança no horário do trabalho. Resultado: baixa produtividade, baixos salários, baixos lucros, e para compensar tudo isso, mais e mais trabalho!!!



Simples, não? Não, não é simples, é óbvio. O que não é tão simples é o porquê temos uma produtividade tão baixa. Talvez por causa do baixo nível educacional, dos gargalos na infra-estrutura (estradas ruins ou péssimas, portos deficitários, etc...), a falta de eficiência no gerenciamento de algumas empresas, só para citar as mais óbvias. E para dar um brilho à tese, incluo também a corrupção - não sei se tem algo a ver, mas se não incluí-la mesmo como uma causa secundária, então ninguém levará o problema a sério!!!



Se a baixa produtividade é a consequência de várias causas independentes entre si ou de causas encadeadas, eu não sei, só sei que devemos ao menos considerá-la em qualquer discussão sobre os problemas econômicos e sociais do país e do mundo, ou vamos insistir que tudo irá se resolver se acabarmos com a corrupção???

domingo, 1 de janeiro de 2017

Novo Blog!!!

Pessoal, estou inaugurando um novo blog, chamado Estatística Reflexiva. Nesse blog, mostrarei um básico de estatística e matemática aplicadas que ajudarão a entender certos fenômenos naturais, sociais, políticos, quiçá filosóficos. Inclusive ajudarão a entender certas postagens desse blog, que vem acompanhadas de gráficos e números.


Visitem o blog clicando aqui!!!