quarta-feira, 25 de março de 2015

O fim do carro elétrico: quem ganhou?

Certamente já ouviu falar do carro-elétrico, de seus benefícios prometidos e de seu misterioso fim. Talvez tenha ouvido falar da lâmpada que nunca queima, do óbvio benefício e de seu aborto. O que esses produtos revolucionários tem em comum? São revolucionários. Teríamos produtos que causariam bem menos impacto ao meio ambiente e, o mais importante, bem menos impacto no bolso. Mas aí veio os interesses capitalistas – sempre eles - para apagar a luz da lâmpada eterna no fim do túnel do carro-elétrico.


Não penseis que vim destruir a crença, mas complementá-la. Complementá-la como se complementa um castelo de cartas, onde umas cartas a mais pode derrubar o castelo. Não penseis que vim destruir a crença em si, mas a mensagem por trás dela!!!


Por onde começamos? Talvez pelo conceito de empresa: uma organização composta basicamente de trabalhadores, empresários e máquinas. Essa empresa pode ser a grande geradora de empregos (trabalhadores) de uma cidade ou de uma região e responsável pela sua riqueza. Também temos uma matéria-prima de valor inestimável – o petróleo – responsável pela riqueza de países inteiros; países com milhões de habitantes!!!


Se os carro-elétricos vingassem, as empresas petrolíferas encerrariam suas atividades. Sem elas, tanto os empresários quanto os trabalhadores sairiam perdendo. Certamente mais esses últimos que os primeiros. A cidade ou região dependentes dessas empresas iriam a bancarrota. Ah, e o petróleo...todos os países-membros da OPEP ruiriam, assim como regiões que progrediram com a matéria-prima, como o Rio de Janeiro. Só aí são uns 15 milhões de suspeitos de torcerem pelo fim do carro-elétrico. E nem falei dos produtores de cana-de-açúcar, canola e soja, responsáveis pelo etanol, a menos que seja possível misturar 25% de etanol no lítio das baterias desses carro!!!


A crença continua inabalada, até porque não me interessa aqui desmentí-la, mas mostrar que não seriam os monstros de sempre (empresários, “barões”, “duques”, etc..) os únicos suspeitos pelo fim prematuro do carro-elétrico. Estranhamente, os sheiks árabes, apesar de sua opulência dependente do petróleo, não são mencionados entre os responsáveis por essa interrupção. Será que depois disso, sem querer, acabei com a crença ou deixei ela sem sentido, sem graça???

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Ah, sim, tudo isso vale para aquela lâmpada eterna!!!

segunda-feira, 16 de março de 2015

E se tívessemos uma ditadura cubana?


Vós apoiais uma ditadura militar? No meu caso, depende da situação em que o país se encontra. Você reconhece alguns benefícios da ditadura militar, apesar de todos os pesares e prantos? Eu sim. Algumas pessoas que sentem um verdadeiro asco da ditadura militar, curiosamente sentem uma certa admiração, meio que enrustida, à ditadura cubana. E quando a vigarice se expõe, essas mesmas pessoas denunciam aqueles que sentem asco da ditadura cubana, mas sentem certa admiração pela ditadura militar, como se ambas fossem a mesma coisa ou se essa última fosse pior que a primeira. Ambas foram ditaduras, é verdade, mas com ordens de grandeza diferentes em vários aspectos.


Mas, e se...a ditadura militar daqui fosse como a ditadura cubana, como seria? Considerando as diferenças populacionais, seria mais ou menos assim:

  1. Para começar, estaríamos até hoje sob uma ditadura, como bem sabemos que é o caso da ditadura gentil dos Castro Brothers!!!

     2. Não teríamos o chamado Milagre Econômico, que os detratores da ditadura militar (falo daqueles que não vêem nada de bom nesse período), dizem que concentrou renda. Teríamos, na verdade, uma queda econômica, um empobrecimento generalizado, cartões de racionamento e  uma “”justiça social””: todos igualmente pobres, menos os membros do Partido, claro!!! 

  1. Não teríamos mortes no “”porão””, uma vez que a pena de morte seria oficializada. Todos os “”contrarrevolucionários”” (os “coxinhas” de Cuba) seriam solenemente fuzilados. Em certos casos, a execução seria televisionada. Aliás, esse seria o Paredão que estaríamos assistindo hoje!!!
  1. Globo, Sílvio Santos ou Record? Esqueça. Não teríamos canais dos barões da mídia fomentados pela ditadura, mas um único canal, do próprio governo. Imaginem se o único canal disponível fosse uma espécie de TVE, mas com uma programação muito mais doutrinadora que educativa? Gostou???
  1. Teríamos, segundo Leandro Narloch em seu Guia do Politicamente Correto da História do Brasil, algo em torno de 90.000 mortes. O número de mortes na nossa ditadura normal foi de 420!!!
  1. Teríamos mais de 1.000.000 de pessoas que teriam fugido pelas fronteiras (ou muito mais, já que fugir por terra firme é muito mais fácil que fugir pelo alto-mar!!!
6. Teríamos a mais alta taxa e quantidade de abortos do planeta. Juntando isso ao fato de crianças morrerem antes de serem registradas (são registradas bem depois do nascimento), teríamos “”uma baixa taxa de mortalidade infantil””!!!

7. O nosso brilhante sex-simbol da tortura e perseguição no país, Brilhante Ustra, seria visto no mundo todo como um amante da liberdade, um defensor dos fracos e oprimidos, e talvez teria seu retrato estampado em camisetas no mundo todo com alguma citaçãozinha que não proferiu para combinar com seu olhar inclinado para um pouco acima do horizonte!!!

8. Teríamos campos de trabalhos forçados para “”descontentes”” com o regime e para homossexuais, com uma plaquinha na entrada escrito “o trabalho os transformará em homens”!!!

9. Seríamos um grande exportador de sangue humano do mundo. Sangue dos executados no paredão!!!
    10) Teríamos nos primeiros anos de revolução, algo em torno de 8 milhões de refugiados do regime. Ao contrário do que acontece com os refugiados de outros países, seriam vistos por uma parcela da população mundial como bandidos, corruptos, gangsters ou exploradores do trabalho alheio que foram expulsos do país ou que não suportaram as suas benévolas mudanças!!!



Será que era isso que podíamos ou podemos esperar dos idólatras de Fidel Castro caso tomem o poder? Acredito que não, como deixei claro aqui, mas com certeza podíamos esperar algo pior do que tivemos em 1964!!!

domingo, 1 de março de 2015

Pobre...e de direita? Sim!

Já falei sobre isso em outros meios de comunicação, mas como certas colocações devem ser repetidas ad nauseum até aprenderem...Afinal, estamos lidando com pessoas programadas a repetirem chavões aprendidos desde o ensino fundamental até o doutorado. O trabalho de deslavagem é longo, mas deve ser feito.


Segundo Tim Maia, o Brasil é o país de contradições onde "pobre é de direita", mas Joaozinho Trinta meio que responde em parte isso: "pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual. Tomou?


Esse chavão jogado na cara dos coxinhas, com um certo ar de superioridade moral e intelectual de quem joga, é baseada em dois pressupostos falsos: 1) que direita defende ricos e poderosos e 2) que existem partidos de direita no Brasil. Por que são falsos? 1) A direita, em qualquer lugar do mundo, é indiferente à conta bancária do sujeito ou a sua posição na divisão do trabalho (falei um pouco sobre isso aqui. Cliquem aqui mesmo) e; 2) os partidos considerados de direita no Brasil não defendem nada mais que um cargo em algum ministério, ou secretaria ou um cargo eletivo por quatro ou oito anos. Os únicos ricos e poderosos que defendem são eles mesmos e seus financiadores de campanha. O fato de não criarem "bolsas-disso" ou "bolsa-daquilo" não faz deles partidos de direita. O PSDB é um caso a parte que explicarei em outra ocasião.


O que resta na nossa política, então? Partidos de esquerda, e partidos ideologicamente neutros, que graças a programação recebida nos educandários, são considerados de direita (a teoria do ying-yang, e da tese e antítese, também explicariam a necessidade dessa aparente dicotomia).


Poderia parar por aqui, mas vou um pouco mais além.


O sujeito, com pós-graduação recém-concluída em Ciências Sociais Aplicadas Às Sociedades Silvícolas das Ilhas Setentrionais da Micronésia, te olha com um certo ar de nojinho, te aponta o dedo no nariz e te acusa "pobre e de direita". Para ele, defensor do direito universal dos pobres, esses têm o direito a tudo, menos o da escolha ou à ingratidão. Ora, o pobre ganha R$ 100,00 por mês de um governo de esquerda e tem a petulância de ser de direita? E o pobre que não ganha nada? Se o pobre não tem o direito de escolher sua ideologia, para o rico é um pouquinho diferente. Será que nosso pós-graduado aciona sua cara de nojinho e diz "rico e de esquerda"?


Na sua ampla visão política de mundo, o rico é favorecido pela direita, mas não fica indignado, nem horrorizado, nem desconfiado, nem coça a cabeça com o indicador tentando entender o mesmo rico se declarando de esquerda (temos exemplos como Chico Buarque, Caetano Veloso, José de Abreu, José Saramago, etc...) , tampouco se escandaliza com pessoas que ironicamente ficaram ricas defendendo idéias de esquerda (Eduardo Galeano, Thomas Piketty, etc...). Não se envergonham em saber que seus ídolos da esquerda estavam mais próximos da riqueza que da pobreza muito antes de assumirem o poder (Stalin e Hitler, "o direitista", são duas irônicas exceções). Duas hipóteses explicam isso: 1) Todo reforço à causa é bem-vindo (incluindo aí o reforço monetário; não para distribuir aos pobres, claro); e, da mesma forma que o pobre não tem direito à escolha,..2) o rico tem livre escolha a sua ideologia, da mesma forma que tem livre escolha entre comprar uma Ferrari ou um Fiat Uno.  A "prisão social" que nosso pós-graduado acusa é a mesma que ele mesmo estende no campo ideológico. Irônico, não?

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Se a esquerda defende pobres, seria do seu interesse deixar os pobres ricos? Se a direita defende ricos, seria do seu interesse em manter os pobres pobres? Eis a questão.