quinta-feira, 17 de abril de 2014

Judas traído!!!

Amanhã celebraremos o dia da Paixão de Cristo, uma das datas mais caras ao Cristianismo. Segundo a crença cristã, Jesus Cristo morreu para salvar a humanidade, morreu por nossos pecados que nos condenaria à morte. Isso, porém, só fou possível porque um de seus apóstolos, Judas Iscariotes, o teria traído, indicando com um beijo o homem que seria o "Rei dos Judeus"!!!



Então, a morte redentora de Jesus só foi possível porque Judas o traíu; sem essa traição, não haveria morte de Jesus e a humanidade estaria condenada. Então, porque Judas é tido como o vilão da história, a personificação da traição? Não seria uma visão injusta sobre Judas???



Antes de mais nada, no meu ver, o maior traidor da história, ao menos mais traidor que Judas, foi o filho de imperador romano Julío Cesar, Brutus. Ele literalmente apunhalou seu pai adotivo pelas costas sem demonstrar posterior arrependimento. "Até tu Brutus?". Ao contrário de Júlio Cesar, Jesus Cristo já esperava que fosse traído por um de seus seguidores, talvez até soubesse por quem, como se houvesse um grande plano celestial em andamento. Para isso, necessitariam de um agente responsável pelo andamento dessa roda da fortuna. Esse alguém foi Judas, que ao contrário de Brutus, se arrependeu amargamente do que fez!!!



Mas seria Judas um agente ciente do seu papel nesse grande plano? Ou ele participou desse plano sem seu conhecimento? O "Cara Lá de Cima" xuxamente falando, instigou a ganância de um homem para pôr seu plano em funcionamento? Ele provocou algum efeito borboleta que fatalmente levaria esse apóstolo à traição no momento certo? Mistérios da fé, mas o que não podemos negar é que a traição de Judas foi providencial, sem ela a humanidade estaria condenada à morte e não teríamos o milagre da ressurreição!!!



Depois dessa, é de se pensar se é justo ficar malhando Judas no sábado!!!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Estuprando estatísticas

 A estatística, dizem as más línguas, é a arte de torturar números. Nesse caso, fiz no título uma paráfrase mais de acordo com a suposta preferência do povo brasileiro!!!


A essa altura, todos já ouviram falar sobre a mais recente pesquisa do IPEA e a estarrecedora conclusão de que somos uma sociedade machista. Outros já concluem que o homem brasileiro é machista, como se a pesquisa fosse feita apenas com homens. Veja a notícia abaixo:

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/03/para-585-comportamento-feminino-influencia-estupros-diz-pesquisa.html


Abaixo, uma síntese da coisa:



Antes de mais nada, vou deixar bem claro (já que em redes sociais não fui bem entendido) que não estou negando a existência de estupros, nem minimizando-os, tampouco dizendo que a sociedade não é machista ou coisas do tipo. Minha intenção é explorar melhor esses dados. Então vamos lá. Vou me ater apenas nas respostas que denotam algum grau de machismo dos entrevistados!!!


Uma que me chamou a atenção foi essa:

 "Tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama"

34,6% concordam totalmente
20,3% concordam parcialmente
26,4% discordam totalmente
8,9% discordam parcialmente
9,5% se dizem neutros em relação à afirmação


1) 34,6% dos entrevistados - ou seja, a maioria - concordam com a afirmação acima. Essa seria uma resposta típica de homem, o que não quer dizer que não há mulheres que pensem da mesma forma. Afirmo, inclusive, que algumas das "mulheres que é pra cama" concordam com isso. Mas para parecer politicamente correto e não ser alvo de acusações, afirmarei que essa resposta foi dada apenas por homens. Mesmo nesse caso, teremos 1,1% das mulheres entrevistadas concordam com a afirmação. Se esses 1,1% representam as "mulheres que é pra cama", então haverá alguma compreensão com esse pensamento, uma "liberdade de escolha da mulher", digamos assim. Mas, se esses 1,1% são as "mulheres que é pra casar", então logicamente é machismo!!!


2) No mínimo 28,32% dos cristãos entrevistados concordam totalmente com a afirmação, na improvável hipótese de que todos os não-cristãos (incluindo aí ateus e agnósticos), pensem dessa forma. É, tem cristãos pulando a cerca ou que pulariam na primeira oportunidade, o que contraria os princípios cristãos. Mas sejamos justos: para não ficarem feios na foto, muitos se dizem "católicos", que não estão muito preocupados com isso. Pena que a pesquisa não diferencia os praticantes dos não-praticantes!!!


Agora, vamos à grande atração dessa celeuma toda:


Para 58,5%, comportamento feminino influencia estupros, diz pesquisa...



...mas "65% dos brasileiros acham que mulher de roupa curta merece ser atacada". Se todos os homens respoderam isso, então é lógico afirmar que no mínimo 31,5% das mulheres concordam com essa afirmação. É claro que nem todos os homens responderam isso, pois deve ter algum feminista-esquerdista-gente-boa que jamais concordaria com uma idéia tão...tão...direitista. Logo, mais de 31,5% das mulheres concordam com tal afirmação. Todas da direita, claro!!!




Outra possibilidade: se todos os brancos responderam "sim" (vamos considerar que índios e orientais juntamente com brancos somem 40%), então quase metade dos negros também apóiam essa afirmação. Essa seria a conclusão que os esquerdistas seriam obrigados a aceitar; nenhuma hipótese pior que essa, por mais provável que seja!!!

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Mas essa amostra representa realmente a população brasileira? A proporção dos entrevistados sendo do Sul e Sudeste está de acordo com a proporção brasileira, mas o mesmo não podemos dizer da população de acordo com o sexo e cor da pele, no qual metade da população é de mulheres e metade é branca, aproximadamente!!!


Segundo a reportagem de O Globo, a acessoria do IPEA "não informou qual o percentual de homens e de mulheres que opinaram especificamente em relação à questão do comportamento feminino.". Se não quis informar isso, então devo desconfiar que o percentual de mulheres machistas pode ser igual ou maior que de homens!!!


Será???

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Sobre homens e animais!!!


Eras atrás, escrevi uma postagem sobre foguetórios no ano-novo, ao menos na frente de casa há estouros de rojões e foguetes que começam ainda de dia, e quem sofre com isso são os cães. Eu também me irrito a tal ponto que desejo que algum rojão inocente estoure na mão de um deles para servir de exemplo, já que os pais (sim, os meliantezinhos devem ter uns 10 ou 11 anos de idade) não tomam as devidas providências, talvez, quem sabe, temendo denúncias ao Conselho Tutelar. Não sou lá um ativista defensor dos animais, até prefiro não tê-los em casa, mas também não sou um cão insensível (ops, foi mal), indiferente ao sofrimento deles, até porque meus pais tem cães e tentamos aplacar o padecimento dos bichos nessas horas!!!


Esse drama que se repete toda vez que a Terra completa sua translação abalou algumas certezas que tinha sobre a escala de importância que eu dava aos seres vivos, mais precisamente, entre o homem e os animais domésticos. Eu era - talvez ainda seja considerado - um especista, ou seja, aquele que considera sua espécie superior às demais, algo análogo ao racismo, machismo, femin....(ops, esse é diferente, dirão) ou ao arianismo. Acho que a melhor forma de descobrirmos qual o grau de importância que damos aos nossos semelhantes ou diferentes é a velha regrinha do dilema!!!


Imaginem uma inundação ou um deslizamento de terra (nós, brasileiros, não precisamos esforçar a imaginação para isso) e duas das vítimas necessitam de ajuda urgente ou morrerão logo. Uma das vítimas é um ser humano e a outra é um cão. Não há como salvar as duas, apenas uma. O que você faria? Até uns tempos atrás, salvaria o ser humano sem hesitação. Não porque considero alguém superior, mas alguém semelhante. Entre um conhecido e desconhecido, salvaria o conhecido. Todas as espécies dão preferência aos seus semelhantes ou a algo próximo de nós, como parentes (cunhados ficam a critério de cada um); talvez a exceção seja entre os sexos: um cavalheiro da minha estirpe salvaria a dama (sexos diferentes, e não me venham com essa “ême” de “gêneros”) e olharia para o outro cavalheiro como se eu dissesse “você entende minha decisão, não? É cavalheirismo”, mesmo numa época em que querem igualar homens e mulheres em tudo. Mas à medida que você amplia seus critérios, o dilema fica ainda mais dramático para si...ou não!!!


Imagine que a pessoa a ser salva da tal inundação seja um bandido, um assassino ou estuprador. É claro que minha preferência será para o cãozinho, principalmente ao saber que o tal bandido talvez nunca seja preso, ou seria mas não antes de fazer mais uma vítima. Em casos assim, um pouco de discriminação, como o especismo ou “indolismo” (discrimina pela índole da pessoa), é necessária ao menos nesses casos, caso contrário, o herói do acaso fica numa completa indecisão sobre quem salvar e aí as duas vítimas acabam morrendo!!!


Agora pergunto: alguém que dá toda a preferência aos animais sobre o ser humano, não pode também ser considerado um especista? No dilema citado, a turma do PETA não hesitaria em salvar o cão e depois assistiria o infeliz humano morrer, talvez lhe ofereciam um jato d’água para melhorar a situação. Brigitte Bardot, a sensual atriz dos anos 50 e hoje uma adorável senhora, certa feita declarou que quanto mais conhece o ser humano, mais ama seus animais. Certamente pediria para a sua estátua em Búzios salvar o humano, enquanto arriscaria a vida, dada a sua condição etária, para salvar o cãozinho!!!


Sei lá, poderíamos usar outros critérios e deixar a coisa mais complicada, mas o que quero mostrar é quão complicadas são nossas motivações, a ponto de sermos obrigados a levar uma listinha de critérios no bolso para casos de emergência e assinalá-los antes de ajudarmos alguém. Em épocas em que matamos cachorro a grito (ops, foi mal), ou quando a coisa fica preta (ops, foi mal), ou quando mandamos a esposa fazer um lanche pra nós (mal de novo), as nossas escolhas ficam cada vez mais difíceis. No caso dos foguetórios de fim-de-ano, a coisa é bem mais simples: rezo para São Francisco de Assis para que um rojão estoure nas mãos de quem segura!!!