sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Se eu defendesse trabalhadores...!!!

Como devem ter notado, meu perfil ideológico meio que oscila entre centro-direita à extrema-direita, dependendo do ponto de vista do leitor. Para um membro do PCO, por exemplo, eu sou de extrema-direita, meio que um Heinrich Himmler ávido por exterminar grevistas. Para um petista, seria eu um tucano enrustido acalentado pelos brados de "privatize já". Seja qual for o ângulo e a distância que minhas opiniões políticas são observadas, sempre sou visto como um inimigo dos trabalhadores pelo simples fato de "mim" ser um anti-esquerdista, o que é um julgamento injusto, vamos combinar!!!



Como trabalhador anti-esquerdista, me preocupo com minha situação e dos demais. Também quero mais e mais direitos trabalhistas, mais e mais dinheiro no bolso e uma aposentadoria precoce e muito bem remunerada. Afinal, também sou trabalhador. Mas penso um pouco diferente dos trabalhadores (quando são) de esquerda, pois sei que vivemos num ambiente onde os recursos são limitados, aliás, todos nós sabemos disso, mas não associam isso com aquilo. Afinal, o que meu trabalho tem a ver com isso?


Como trabalhador, o que eu exigiria:


1) Dois meses de férias por ano, remuneradas, e mais aquele 1/3 do salário sobre elas.

2) Um automóvel zero a cada cinco anos, sendo que nos quinquênios seguintes apenas troco o carro anterior por um novo.

3) 13º salário em julho e 14º em dezembro

4) Aposentadoria com 25 anos de serviço.


Entre outros direitos...


Alguém já pensou em ter tudo isso? Só há um problema: de onde a empresa vai tirar dinheiro para tudo isso? Se não se convenceu porque empresário sempre tem dinheiro, então vamos a um exemplo mais próximo: sua faxineira. Vamos supor que além do salário normal da sua faxineira, terá que pagar FGTS, 13º, férias remuneradas com um terço a mais do salário, etc...etc...Merecido, eu diria, mas...e se você não tiver dinheiro para bancar? Note que não se trata de uma má vontade ou ganância do patrão (no caso, você) em não querer pagar, mas uma questão de não poder pagar. É aquela velha diferença entre querer e poder!!!



No caso da empresa, para atender essas mínimas exigências que fiz, ela terá que demitir alguns funcionários, pelo óbvio motivo que a empresa terá que usar o salário dos demitidos para cumprir os justos direitos de quem ficou. Como se a perfídia não fosse suficiente, o próprio desemprego afetará negativamente o salário dos felizardos que ficaram. É aquela história ironicamente lembrada por quem defende tudo isso: "se não aceita trabalhar por esse salário, tem quem aceite". Tem quem aceite graças aos intrépidos defensores de que todo o direito trabalhista é pouco!!!



Mas então, devemos perder férias, trabalharmos feito escravos? Eis minhas propostas:


1) Aumentar a produtividade. Um conceito quase desconhecido entre sindicalistas. A única menção a isso que ouço deles é para justificar uma redução na jornada de trabalho!!!


2) Acabar com o FGTS. Isso mesmo, acabar com o FGTS. Há uma diferença entre FGTS e aqueles 8% que são depositados. Esses 8% deveriam vir junto com o salário, não junto com o vencimento, mas em uma conta em separado na folha de pagamento, algo como "ex-FGTS". Esse dinheiro, é bom lembrar, deve ser depositado em algum investimento de sua preferência. Hoje, o único investimento que o trabalhador conhece é a poupança, o pior dos investimentos, se é que dá pra considerá-la como tal, mas com essa medida poderão surgir novas formas de investimento. Mesmo a famigerada poupança rende o dobro - O DOBRO - do FGTS e pode sacar o dinheiro quando quiser, e não esperar oito anos mais o mês do aniversário para isso, ou ter que provar que precisa sacar o dinheiro antes desse período. O FGTS é autoritário, ditatorial, é uma punição para o trabalhador maliciosamente chamada de "direito".



3) Pagar o 13º durante o ano, em parcelas mensais. Caso seu salário acabe antes do dia de pagamento, talvez peça emprestado ou paga quando receber ou então usa o cartão de crédito. Então, façam o seguinte teste: veja quanto gastará por esses meios, ou seja, quanto do salário do próximo mês terá que usar para quitar essas dívidas. Agora, divida o valor do seu salário por 12. Esse último resultado é o que ganhará a mais por mês caso receba o 13º parcelado mensalmente. Agora use esse valor e diminua com o que ficará devendo no próximo mês. Se o resultado for positivo, então isso resolverá o seu problema, caso contrário, ficará menos endividado. Afinal, o 13º não será usado justamente para isso, para pagar as dívidas acumuladas no ano, e com juros, caso tenha feito empréstimos no banco?



No momento, são só essas minhas propostas para defender os nossos direitos de forma sustentável. Se bem que não entendo porque centrais sindicais e 13 anos de um governo esquerdista nunca mexeram um dedo para adotar só essas três medidas que têm tudo para dar certo. Por quê???




quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

É de matemática, não de realidade

BRASIL É O SEGUNDO PAÍS COM MENOR NOÇÃO DA PRÓPRIA REALIDADE, APONTA PESQUISA.



Essa é a manchete do Folha de São Paulo do dia 06/12 e com replicação quase perfeita em outros órgãos nacionais e representantes do exterior.


Eis a lista completa


Pelo que li nessas matérias, não é exatamente uma falta de noção da realidade, mas de noção matemática ou de sua aplicação no dia-a-dia. Usemos um parágrafo do jornal alemão Deutsche Welle, edição nacional.

Quantas garotas de 15 a 19 anos engravidam no Brasil? Os brasileiros acreditam que 48% dão à luz, mas os dados oficiais mostram que são apenas 6,7%.

Se eu perguntar para um cidadão que prefere passar o tempo jogando baralho ao invés de ler a Folha, o DW ou o Jornal Nacional se metade das garotas de 15 a 19 anos estão ou estavam grávidas, certamente diria que não, que isso é um exagero; mas se eu perguntar qual é a proporção de meninas grávidas, talvez diga algo em torno de 48%. Falta de noção de porcentagem, não da realidade.



Em seguida...

Quando questionados sobre quantos estrangeiros compõem a população carcerária do país, os brasileiros em média disseram acreditar que a taxa chega a 18%, mas o número oficial é 0,4%.

Aí já complica um pouco, pois nem mesmo eu sei a proporção aproximada, até porque nunca li nada sobre isso em parte alguma, nem na Folha, nem no DW. A única coisa que posso dizer com certeza é que a quantidade de estrangeiros presos é ínfima. Talvez as pessoas que responderam "18%" também acham isso, mais ainda, talvez até se surpreendam que há estrangeiros presos no Brasil "mas se tem estrangeiros presos, deve ser uma minoria de 18%", diriam. Matemática, não realidade.



Essa é ainda um pouco mais complicada:

O mesmo se repete com os homicídios. Quando questionados se acreditam que a taxa de homicídios é mais alta no país hoje do que em 2000, 76% afirmaram que sim. Mas, segundo o instituto, a taxa, apesar de alta, é a mesma – cerca de 27 homicídios por cada 100 mil habitantes.

Na média, houve um parelhamento entre o número de homicídios nesse período, mas entre cidades e estados, varia muito. Na maioria dos lugares, os índices aumentaram, mas em outros diminuíram. Eis uma matéria a respeito: (matéria a respeito).


A cada cem mortes de mulheres de 15 a 24 anos, quantas foram causadas por suicídio?

E aí, responda. Chute um percentual baseado nas suas observações ou informações e responda. Certamente não irá acertar o percentual exato, mas uma margem de erro de 10% é aceitável.



O problema do brasileiro, pelo que li nas matérias, não é a falta de noção da realidade, mas de noção de matemática. Se considerarmos  o pouco apreço que essa disciplina tem no Brasil, convenço-me definitivamente que é isso mesmo.