terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ensaios para o comunismo - Parte I

A partir dessa postagem, vou dar início aos preparativos para transformar essas sociedades injustas e perversas em que vivemos em um lugar onde todos viverão em igualdade. E para começar, vou dar cabo nas propriedades privadas rurais, de onde sai nosso alimento. Como seria o nosso mundo se não existissem propriedades rurais privadas???

Sabemos que há grandes latifundiários cujos antepassados arrancaram enormes nacos de terra de índios e de pequenos povoados, ou simplesmente se apossaram de uma área vazia, então, nada mais justo que coletivizar essas terras. Transformar essas áreas em propriedades coletivas até que seria fácil, mas mesmo assim, haveria complicações que poderiam comprometer esse sonho!!!

Antes de mais nada, o governo (socialista) deverá realizar um censo demográfico para saber, além do total de população, as áreas destinadas a agricultura, às florestas e exclusivamente para moradias e assim, distribuí-las adequadamente. E como a história nos mostra, é necessário que as pessoas que ocuparão essas áreas agrícolas entendam de agricultura. Se faltar agricultores, ensinem aqueles que não são e que estejam dispostos a serem. Quanto à distribuição de terras, seria necessário dividir as terras adequadas para a agricultura pelo total de habitantes que saibam lidar com a terra. Tudo resolvido??? Ainda não!!!

Se a população aumentar, será necessário mais espaço, e espaço não nascem junto com as pessoas. Ou as pessoas se acotovelarão uma nas outras com o passar do tempo, ou serão obrigadas a invadir áreas florestais ou as terras dos outros. Talvez a solução fosse um controle da natalidade. Dois filhos para cada casal. Agora entramos numa seara imprevisível, implanejável. Se nascessem um homem para cada mulher, estaria resolvido, mas haveria aquela disputa "eu quero me casar com ela", "não, eu vou me casar com ela". Com as mulheres seria a mesma coisa. Mas na base da coerção e da resignação, tudo se resolveria, mas isso apenas se nascesse um homem para cada mulher (ou vice-versa), algo mui improvável. Nesses casos, a solução seria a mono, bi, tri ou poligamia, de tal modo que cada adulto tivesse uma criança e que tanto o homem quanto a mulher teriam atividades potencialmente iguais, ou seja, tanto um quanto o outro podem plantar, podem cozinhar, lavar a louça, cuidar dos filhos, etc...acho que resolvemos. Ou não!!!

E a quem pertencerá as melhores terras??? Sim, a quem pertencerá as melhores terras??? Mais uma perguntinha para atormentar nosso idealismo: a água da vertente ou do rio será suficiente para irrigar um certo lote de terras ou apenas um pedaço desse lote será contemplado com o precioso líquido??? Se fizer isso – o que, ao meu ver, seria a única solução – quem receberá o prêmio??? Essa questão é motivo de desavenças e até de mortes no nosso sisteminha, mas não vejo uma solução melhor nos outros sistemas. Sim, terras não são todas iguais, não tem a mesma produtividade e nem os mesmos recursos hídricos. E recursos hídricos são tudo. Dizem que em Cuba, as terras agrícolas são "de todos", só gostaria de saber como isso está sendo administrado, pois como vimos, não é muito fácil!!!

Nem vou falar da evidente vantagem da mecanização do campo, tão próprio do nosso sisteminha, que apesar de expulsar a mão-de-obra no campo, é a responsável pelo aumento na produção de alimentos, tão necessária nas vésperas do nascimento do 7.000.000.000º ser humano!!!

Após isso, só posso concluir que o principal problema talvez seja a falta de controle da natalidade, e é claro, a diferença entre as terras que implica numa questão a ser respondida: se todos os homens são iguais e as terras são diferentes, quem merece as melhores terras???

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