sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Niemeyer, seu humanismo e os humanistas!!!

Oscar Niemeyer, enfim, faleceu quando alcançava seus 105 anos de idade. Sua longevidade já é folclórica. Grande arquiteto, até certo ponto, e um admirador inconteste do comunismo, aquilo que alguns catedráticos de manual chamam de humanismo, no sentido divino e equivocado da palavra!!!


Além do esperado pesar, houve uma celeuma nas redes sociais e até nos demais meios de comunicação por causa de um artigo de Reinaldo Azevedo, intitulado Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota, que na verdade é uma citação de um artigo que escreveu em 2006. O texto procura diferenciar na mesma pessoa o artista e o ativista. Segundo ele, Niemeyer era um gênio da arquitetura, mas um idiota por defender o comunismo. Essa última condição - ele deixa claro - não deve obscurecer a primeira. O mesmo se aplica, no meu ver, à cantora argentina Mercedes Sosa. Mas não foi isso que seus admiradores humanistas entenderam (porque não me surpreendo com isso?)


O surto humanista nas redes sociais deu origem a um novo artigo do Reinaldo Azevedo, intitulado magnificamente de Niemeyer e o zurro dos 100% idiotas, onde, além de dar a merecida resposta a esses gênios da leitura, ainda cita algumas respostas bastante humanistas que recebeu!!!

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Sem um líder da estatura de Stalin, prega Niemeyer, o mundo poderia ter tido outro destino, subjugado por Hitler. Apesar do regime de terror, o massacre de milhões de pessoas que se opunham ao governo, a eliminação de 2/3 do comitê central do Partido Comunista Soviético, entre outros crimes. O arquiteto perdoa o ditador, morto em 1953. Aposta que a opinião pública mudará de idéia quando descobrir que Stalin foi vítima de uma “campanha odiosa”, movida pelas “forças reacionárias”:



— Stalin era fantástico. A Alemanha acabou por fazer dele uma imagem de que era um monstro, um bandido. Ele não mandou matar os militares soviéticos na guerra. Eles foram julgados, tinham lutado pelos alemães. Era preciso. Estava defendendo a revolução, que é mais importante. Os homens passam, a revolução está aí. (fonte)


Niemeyer vê em Stalin um inigualável estadista, que salvou a Europa - e o mundo - das garras de Hitler, e segundo ele, foi justamente o nazismo quem espalhou de forma "goebbelica" a terrível fama que hoje Stalin desfruta. Como todo bom teórico da área, não se sentiu obrigado a citar a obra ou os nazistas responsáveis pelo acinte. Não explicou porque esses mesmos nazistas não conseguiram sequer amenizar a terrível fama que hoje o nazismo desfruta. Nenhum repórter da mídia "reacionária" lhe perguntou porque obras pró-nazistas como Holocausto: judeu ou alemão? foram retiradas de circulação e o autor levou uma bela sodomizada da Justiça, enquanto esse misterioso estratagema anti-Stalin teve um grande exito. Não seria, talvez, o caso de todas as atrocidades nazistas serem mera difamação comunista? Se é possível uma coisa, porque não outra???


Mas o mesmo Niemeyer que desejava um mundo "melhorpara o proletariado ignorava a situação dos trabalhadores ao lado dos seus pés, que tornavam concreto e em concreto seus rabiscos.



"Matam tanto operário, é um regime de merda (sic), qual é a importância que mataram lá, tão matando todo dia gente aí, invadindo as favelas. Nunca ouvi falar nisso" (fonte).


É claro que o "regime de merda" (já notaram como comunistas fazem uso frequente desse adjetivo? Lembram do "referendo de mierda"?) não se trata do seu regime favorito, que matou dezenas de milhões de "burgueses reacionários", mas desse estranho capitalismo brasileiro."...tão matando tanta gente aí, invadindo as favelas.", é como se traficantes e milicianos presentes nas favelas não matassem ninguém. Só morre gente na favela quando são invadidas...por policiais, imagino. Notem, também, que ele também não sabia de nada do que acontecia ao seu redor. Se tivesse tempo, também negaria a ocorrência desses pequenos detalhes, ou talvez diria que se tratava de "julgamentos"!!!


Niemeyer viveu muito, mas muito mais que as vítimas de seus ídolos. Isso é bom, uma vez que nunca matou e nunca ordenou execuções, não havia motivos para desejar sua cabeça empalada ou numa bandeja. É assim que reaças como eu pensam. Sua única revolução foi na arquitetura; suas armas foram lápis, réguas e pranchas, mas que suas opiniões eram desprezíveis...isso eram. É o humanismo brasileiro!!!

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