quinta-feira, 3 de abril de 2008

Entre a crença e a necessidade!!!

Deus existe ou não? Precisamos dele ou não? São duas questões básicas quando o assunto é Deus. É visto que a maioria dos teístas se encontram entre os mais pobres e com pouco instrução, enquanto os ateus se encontram entre as camadas mais ricas e instruídas da sociedade. Isso é considerado, entre os ateus, a prova de que a crença em Deus é para pessoas ignorantes e/ou que rejeitam a ciência. Claro, isso é uma visão priorística. Vários cientistas como Richard Dawking já divulgaram para o mundo porque não acreditam na existência de Deus (ou como ele mesmo disse, Sua existência é muito improvável). Outros, como o diretor do projeto Genoma, dos EUA, Francis Collins, acredita não apenas em Deus mas nos cânones do Cristianismo como a concepção de Jesus por uma menina virgem.

A primeira questão é polêmica. Ainda não li o livro A Linguagem de Deus, de Francis Collins, por isso não entrarei nessa questão, mesmo porque eu seria o 1.000.000º cidadão a comentar sobre isso. Prefiro entrar na segunda questão: PRECISAMOS DE DEUS OU NÃO? Creio que os ateus não precisam de Deus, pois para eles, todo e qualquer problema podem ser resolvidos sem o Seu envolvimento e que tudo depende apenas do bom senso dos próprios seres humanos; ou então o próprio ateísmo de alguns é o resultado de uma necessidade não atendida. Entre os teistas, Deus é necessário pois os homens pouco ou nada podem ou querem fazer pelo próximo, restando a Deus preencher tais lacunas.

Já fui um teista religioso; hoje sou algo próximo a um ateu, embora não um ateu definitivo. Se me perguntam se eu acredito ou não em Deus, respondo que não sei. E se me perguntam se precisamos de Deus ou não, respondo que precisamos sim daquele Deus bondoso e atencioso tão pregado pelas religiões nos dias de hoje, não daquele Deus terrível do Antigo Testamento, que exigia adoração acima de tudo. Mas porque precisamos Dele? É comum nos depararmos com a morte de pessoas queridas, parentes ou não, conhecidas ou não, seja por causas naturais, acidentais ou criminosas. Quando se vê ou se sente um sofrimento, será que não precisaríamos de Deus? Sim, uma equipe médica de primeira linha seria algo mais garantido, a menos que o médico-chefe dessa equipe nos diz para rezarmos ou, pior, para nos “prepararmos”.

Ontem, enquanto folhava o jornal, me deparei com a sessão de obituários. A primeira pessoa a ser apresentada foi uma mãe de família de 45 anos (portanto, muito jovem), morta por complicações de um tumor cerebral. A ironia maldosa é que ela era médica. Será que sua família não estava precisando de Deus nessa hora, mesmo que não exista? Seria a vida tranqüila e o futuro garantido de alguns o motivo de algumas pessoas em acreditar que não precisamos de Deus? Seria a felicidade desses o motivo para descartar a necessidade de Deus, caso ele exista? Se esses forem os motivos, então que falem por eles, e não pela humanidade.

E aqueles que estão angustiados ou sofrendo com as agruras da vida? Não estariam precisando de Deus? Eles estão precisando apenas de uma mão amiga de amigos? Também, mas o que eles podem oferecer além de um mínimo de conforto? O que restaria a nós quando nem mesmo os mais bondosos e habilidosos dos homens podem ajudar? Feliz daquele que acredita não precisar de Deus, pois é sinal que sua vida no momento está muito bem, obrigado, mas repito: falem isso por eles!!!

E a vida após a morte? Existe ou não? Mesmo que haja relatos de aparições de pessoas falecidas, acho prematuro afirmar que isso de fato exista. Mas passando reto por essa dúvida, acabamos nos deparando, também, com a necessidade ou não disso existir. Muitos dos que não acreditam na vida após a morte também questionam a necessidade dela existir. Isso é outro sinal de que sua vida é maravilhosa, nasceu vencedor ou se tornou um com o tempo. Será que a pessoa que já nasceu numa situação ruim, e que não teve sorte ou talento para sair dessa condição não necessitaria de uma segunda chance? E aqueles que morreram impunes por crimes que teriam cometido, deve ficar por isso mesmo? Já vi muitos falarem que “devemos aproveitar bem a nossa vida, ao invés de esperar por outra vida que não existirá”. E agora pergunto: E AQUELES QUE NÃO TEM UMA VIDA TÃO PERFEITA ASSIM PARA SER APROVEITADA, O QUE DIREMOS A ELES?

É provável que realmente não exista vida após a morte; ou senão pode existir aquilo que chamamos de reencarnação e carma, já que a ressurreição e a vida eterna no céu ou no inferno são realmente descabíveis.

Bem, vimos que há uma diferença entre acreditar e necessitar. E então, você acredita? E se não acredita, acha que necessita ou necessitará? E os outros (sempre eles!!!) necessitam ou necessitarão?

Nenhum comentário: