terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A culpa é só do Embargo???

A blogueira cubana Yoani Sanchez, enfim, veio ao Brasil, mas teve uma recepção digna de um povo que tem na testa um aviso para recarregar o cérebro, enfiando o dedo na primeira tomada que encontrar. Falei algo sobre isso num outro blog, mas quero aproveitar a deixa para falar um pouco mais da nossa hipocrisia revivida com a sua visita!!!


Uma das incoerências (e olha que a esquerda vive disso) é sobre a pobreza (para direitistas nazistas, é miséria mesmo!) vivida pelos cubanos, graças, claro, ao embargo comercial (aliás, ela foi intimada a falar sobre isso, e mostrei que o dito não é lá uma Brastemp embargada. Aqui); mesmo assim, eles possuem ótima educação e serviços de saúde que chegam a superar os do primeiro mundo. E melhor: tudo gratuito! E melhor ainda: tais serviços são estendidos a estrangeiros!! Onde está a incoerência???


Economia básica: quando os recursos são limitados, devemos traçar prioridades quanto ao seu uso. Provavelmente a alimentação seja a necessidade número um. Conservar esses alimentos, ter uma moradia, se proteger do frio e da chuva, enfim, o tédio da sobrevivência. Mas em Cuba, a julgar pelas afirmações de seus admiradores, essas prioridades estão em segundo ou terceiro plano. O importante é estudar e ter serviços de saúde de ponta. No Brasil, esses mesmos aí, dizem que as crianças carentes daqui vão à escola por causa da merenda. Será que o mesmo não acontece com as pobres crianças cubanas? Não seria esse o segredo de sua elevada escolaridade? Será que os centros de saúde de ponta não estão lotados de casos de subnutrição e falta de saneamento básico???


Agora vem a melhor parte: alguns de nossos humanistas estudam em boas escolas e são atendidos em bons centros de saúde cubanos GRATUITAMENTE. Ora, professores precisam de salários - isso, definitivamente, ninguém discute. Computadores das escolas e hospitais custam no mínimo o trabalho de quem os fabricou (ou seja, salários), energia elétrica na fabricação e no seu uso. Combustivel no transporte da alimentação, dos computadores e dos alunos, sem falar do salário dos motoristas. Esses exemplos já são suficientes para mostrar que tais serviços tem custos monetários. Mas, se os alunos estrangeiros não pagam, então, quem paga? O governo, dirão; mas com aquele dinheirinho que faz falta para o pobre cubano, que poderia aliviar ou mesmo acabar com a escassez de produtos básicos. Isso não é fantástico? Como é a sensação de saber que seu estudo e internação de qualidade em Cuba custam a comida dos cubanos???


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É quase meia-noite, e não pretendo reinaldoazevedar, blogando madrugada a dentro, mas posso - podemos - dormir tranquilo pois não estudamos e nem fomos internados em Cuba!!!


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